Com ou sem votação da reforma da Previdência em fevereiro, esse será um assunto obrigatório no debate eleitoral de 2018. Candidato à Presidência que não quiser enganar o eleitor terá que apresentar de maneira transparente o que pretende fazer para resolver o rombo, em especial no setor público. Todos os últimos presidentes, desde Fernando Henrique Cardoso, promoveram algum tipo de mudança, em especial no combate à aposentadoria precoce. Não se pode esquecer que logo no primeiro mandato do presidente Lula, o PT chegou a expulsar do partido parlamentares contrários à reforma.

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Agora, na ânsia de conseguir emplacar a pauta reformista, Michel Temer usa essa realidade como forma de ameaça. Em discurso no Rio, afirmou que se as mudanças não forem aprovadas agora terão que ser implementadas de maneira mais radical. E que todos os candidatos serão cobrados a respeito do assunto durante a campanha. Neste ponto, Temer tem razão. Mesmo porque a proposta que está tramitando na Câmara deixe fora setores importantes, como os militares.

 

LISTÃO

Governadores que buscam apoio do Palácio do Planalto para a liberação de recursos saem de Brasília com uma encomenda: devem voltar com uma lista de deputados dispostos a aprovar a reforma da Previdência. O recado deve chegar em breve ao governador Raimundo Colombo.

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Em Alerta

Conquistar o crescimento sustentável das vagas de trabalho com carteira assinada continua sendo o principal desafio de Temer. Os números para novembro, com o fechamento de 12,2 mil vagas no Brasil, preocupam o Planalto. Foi bem o mês do início das novas regras da reforma trabalhista.

 

BOMBARDEIO

Deputados aliados ao governo estão recebendo por WhatsApp fôlderes que comparam indicadores econômicos do período de Dilma Rousseff (2016) com os números atuais, como risco Brasil, PIB e lucro de estatais. No final de cada mensagem, um pedido de apoio à reforma da Previdência.

 

FRASE

“Vivemos em uma federação, cláusula pétrea da Constituição, não se admitindo atos arbitrários para extrair alinhamentos políticos, algo possível somente na vigência de ditaduras cruéis. Esperamos que o presidente Michel Temer reoriente os seus auxiliares”, trecho da carta dos governadores do Nordeste, indignados com a ameaça do ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo). Ele condicionou a liberação de financiamentos ao apoio à reforma.