A decisão do Superior Tribunal de Justiça, que soltou o ex-presidente Michel Temer, não surpreendeu. Advogados que acompanham de perto processos de Lava-Jato já consideravam previsível a concessão do habeas corpus, com a imposição de medidas cautelares menos duras do que a prisão: proibição de manter contato com outros investigados, proibição de mudar de endereço, de sair do país e o bloqueio dos bens.
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Por mais que exista o apelo popular, o anseio pelo combate à tradicional impunidade nos crimes de colarinho branco, a prisão preventiva não pode ser encarada como antecipação de pena. Temer, no entanto, espera os julgamentos politicamente abandonado.
Cada vez mais enrolado, agora também citado na delação premiada do empresário Henrique Constantino, o ex-presidente da República não tem uma voz na tribuna para defendê-lo. Aliado de todas as horas, praticamente um camicaze, o ex-ministro Carlos Marum desembarcou nesta semana em Brasília para cobrar do líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP) manifestações contra a prisão de Temer.
Um deputado que observou o encontro, não resistiu e resumiu o pensamento geral na bancada:
— A prisão é um absurdo. Mas todo mundo tem um mandato a zelar.
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