Sem aliado para defender o legado de seu governo, o presidente Michel Temer coloca o bloco na rua para as eleições deste ano. Em entrevista à Revista Isto É, ele afirma que seria covardia não ser candidato à Presidência da República. Incentivado por assessores a concorrer, ele não quer correr o risco de ficar fora do pleito e passar toda a campanha apanhando dos demais candidatos. Com uma popularidade pífia, tudo indica que ficará fora do segundo turno. Mas estando no jogo eleitoral, poderá negociar o apoio do PMDB com um dos candidatos em troca de vantagens como cargos que garantam foro privilegiado para ele e demais ministros investigados no STF. A decisão de Temer de concorrer à Presidência, no entanto, atrapalha os planos do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que estava se apresentando como o defensor natural da política econômica. Meirelles já disse que não será vice, mas esse é o plano de Temer. Na sexta-feira, em agenda no Nordeste ao lado do ministro da Fazenda, Temer afirmou que vai derrubar o veto ao programa de refinanciamento para micro e pequenas empresas, fazendo questão de ressaltar a participação de Meirelles na decisão.

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Homenagem

Preso desde o dia 8 de fevereiro, o deputado João Rodrigues (PSD) passou o aniversário ontem no presídio da Papuda, em Brasília. A equipe do catarinense usou o perfil dele no Facebook para publicar um vídeo de homenagem, no qual Rodrigues aparece ao lado da mulher, Fabiana Rodrigues, em um evento antigo, agradecendo a uma plateia que canta “parabéns pra você”. Junto, foi usada a hashtag “somostodosjoaorodrigues”. 

Em causa própria

Não são poucas as reclamações nas bancadas dos partidos contra os ministros/deputados que estão deixando as pastas para concorrer. A principal queixa é de que os colegas aproveitaram o cargo para trabalhar em nome da própria reeleição, deixando de lado os interesses dos correligionários que bancaram a indicação.

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Caça aos deputados

Deputados passaram a semana sendo torpedeados com mensagens de celular enviadas pelo PRTB, que está à caça de políticos com mandado. Se não tiver pelo menos cinco parlamentares no Congresso, o eterno candidato do partido à Presidência, Levy Fidélix, ficará fora dos debates de TV. Nos textos, o PRTB oferece blindagem e reeleição. À coluna, a assessoria do partido jurou que, no caso, blindagem não significa foro privilegiado, mas a chance de participar de um partido que não está na Lava-Jato. Reeleição é reeleição mesmo.

Frase

“Não está fácil, mas estou avaliando a possibilidade de retornar no dia 3 à noite, para estar presente ao julgamento. Mas tenho certas dificuldades, sou um dos organizadores”. 

Gilmar Mendes, ministro do STF, afirmando que fará um esforço para voltar de um evento em Portugal para participar do julgamento do habeas corpus do Lula no STF. 

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