Chegou tarde demais o recuo do ministro Alexandre de Moraes sobre a censura à reportagem da Revista Crusoé que cita o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Esse equivocado episódio deixa sequelas difíceis de administrar, entre elas, uma cisão ainda maior do plenário da Corte. Depois do ministro Marco Aurélio Mello classificar de mordaça a censura judicial, foi a vez do decano Celso de Mello dar o golpe de misericórdia.

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Ao divulgar uma nota classificando a ação de autocrítica e ilegítima, ele deu a senha à dupla Moraes e Toffoli. Daqui para frente, o STF irá trabalhar para esfriar o assunto, ou “pedalar” as ações, como comentou um interlocutor dos ministros. O desgaste de Toffoli, no entanto, é irrecuperável. A imagem que ele pretendia passar, de um presidente dedicado ao diálogo e à harmonia entre os poderes, se diluiu. É neste cenário que o presidente Bolsonaro levantou a bandeira branca. Ele disse que já teve percalços com a mídia, mas que precisa de profissionais da área para que a “chama da democracia não se apague.”

Leia mais: Entenda a polêmica envolvendo a reportagem sobre o ministro Dias Toffoli e a censura do STF

Atritos 

Depois de meses de atrito, o ministro Osmar Terra (Cidadania) resolveu exonerar o general Marco Aurélio Vieira, que comandava a Secretaria Nacional de Esportes. Nos bastidores, o general estaria articulando para que a estrutura voltasse a ser ministério e não escondia o descontentamento com a falta de autonomia para nomeações. A gota d´água foi a confirmação do ex-jogador de futebol Washington Cerqueira, conhecido como Coração Valente, para a secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão social.

Onde há fumaça

Há um movimento junto ao Palácio do Planalto, inclusive de ex-ministros do STF, para esvaziar qualquer possibilidade de indicação do nome de Deltan Dallagnol para a procuradoria-geral da República. Ele nega que esteja no páreo, mas o assunto está no ar em Brasília.

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Eletrosul

Deputados do fórum parlamentar catarinense querem mobilizar a bancada para evitar a encorporação da Eletrosul pela CGTEE. Já há novos pedidos de reunião com o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, e com o ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque. Se depender do ministro Paulo Guedes (Economia) todo esse processo evolui para para a privatização. 

Frase

“A tentativa leviana de vincular o vazamento a procuradores da Força-Tarefa é apenas mais um esforço para atacar a credibilidade da Força-Tarefa e da operação, assim como desviar o foco do conteúdo dos fatos noticiados”.

Trecho da nota dos procuradores da Lava-Jato negando acusação que teriam vazado informações para revista Crusoé.