O voto mais aguardado no julgamento sobre prisões após condenação em segunda instância no Supremo Tribunal Federal (STF) ficou para esta quinta-feira. Caberá à ministra Rosa Weber, considerada a fiel da balança, indicar qual rumo a Corte irá tomar sobre o tema. Caso a maioria do plenário penda para a revisão da jurisprudência — sugerindo execução de penas somente após esgotados os recursos — o presidente da Corte, Dias Toffoli, deverá agir como bombeiro. Mesmo que magistrados afirmem que o STF não é pautado pelo clamor das ruas, a leitura é que derrubar a regra atual poderia ampliar a sensação de impunidade, assim como o desgaste do Judiciário.

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Uma saída intermediária, a de permitir prisões após a terceira instância, poderá desagradar o plenário, mas carrega potencial conciliatório. Se for essa a escolha, haverá imediato efeito colateral no Congresso, com novo fôlego para projetos que incluem expressamente na Constituição a prisão após segunda instância. Além disso,defensores da Lava Jato ganhariam munição para manter viva a chamada polarização, com a percepção de que o julgamento ocorreu sob medida a figurões derrubados pelo enfrentamento à corrupção.

Ilusão

Eduardo Bolsonaro é aquele que foi sem nunca ter sido. Embora o pai tenha anunciado que o indicaria para a Embaixada nos EUA, o deputado jamais teve votos no Senado para ser aprovado. A crise do PSL serviu de justificativa ao fracasso da manobra. A liderança de Eduardo não será fácil. Deputados do centrão que comandam a Mesa Diretora vão pensar duas vezes ao aceitar a indicação para uma relatoria ou outro cargo que dependa de acordo.

Menos pedágios

Pegou fogo a reunião entre a bancada catarinense e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. O assunto foi um só: a instalação das novas praças de pedágio no trecho Sul da BR-101. O motorista terá que desembolsar até R$15,88 no trecho. Os parlamentares argumentaram com o ministro que é um exagero a concessão de quatro pedágios em 220 quilômetros, e que o governo pode se queimar em um Estado onde teve grande aprovação. Na semana passada, a bancada levou a mesma discussão ao diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres(ANTT), Mario Rodrigues, que disse que os editais já estavam prontos e não haveria mudança.

:: O banho de água fria na pressão contra as praças de pedágio da BR-101 Sul

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Menos pedágios II

Por ser um assunto de interesse da região Sul do Estado, o presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, Rogério Peninha (MDB), passou a bola para o deputado Daniel Freitas (PSL), de Criciúma, liderar o encontro. Uma alternativa discutida foi a possibilidade de cobrança por quilômetro rodado. Certamente, o assunto ainda vai dar pano pra manga.