Por trás da visita de última hora do presidente Michel Temer a Roraima também está o desejo de abafar a polêmica de Carnaval produzida pela declaração desastrada do diretor-geral da PF, Fernando Segóvia. Isso não esvazia, no entanto, a gravidade da situação de Boa Vista e dos venezuelanos que chegam ao Brasil. Resultado de um governo ineficiente e de uma política econômica desastrada, a crise na Venezuela leva os cidadãos a fugirem em busca de uma vida melhor. Há mais de 300 pessoas nessa situação só em uma praça em Boa Vista. A prefeitura estima que, hoje, 40 mil imigrantes estejam vivendo na cidade. O governo federal anunciou que fará um levantamento para saber exatamente quantos venezuelanos estão na região. De um mapa consolidado depende a ampliação de uma política social para abrigar essas pessoas:
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– Choca muito – reconheceu o ministro Raul Jungmann (Defesa).
Há semanas as autoridades brasileiras se reúnem para tentar costurar uma solução para o problema que é social e de caráter humanitário. Fechar a fronteira, como chegaram a sugerir políticos locais, é uma maneira covarde de virar as costas para o problema. Mas já foi descartada. Temer anunciou que haverá recursos e o encaminhamento de venezuelanos para outros Estados. Uma operação nada fácil.
Bom senso
Quem acompanhou as reuniões ministeriais sobre a situação dos venezuelanos relata que os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Aloyzio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) foram os maiores defensores de ações sociais para socorrer os imigrantes.
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Jatinho
Será que o apresentador Luciano Huck está preparado para virar vidraça? O financiamento do BNDES para a compra do jatinho é o primeiro teste de resistência.
Semiaberto
Enquanto a situação do deputado João Rodrigues (PSD-SC) não se resolve, o juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Sidinei Brzuska, o encaminhou para a Fundação Patronato Lima Drummond – um albergue – onde passará a cumprir a pena no semiaberto. Brzuska informa que caberá ao TRF-4 decidir sobre o pedido da defesa de transferência do parlamentar para Brasília.
Consulta
Ao criticar a polêmica declaração do diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, falou no polêmico caso envolvendo o reitor da UFSC. Paiva reclamou que a delegada responsável pela Operação Ouvidos Moucos, Érika Marena, ainda não foi confirmada na superintendência da PF em Sergipe porque o ministro da Justiça, Torquato Jardim, aguarda manifestação dos familiares do reitor Luiz Carlos Cancellier. Alvo da operação, ele se suicidou em outubro do ano passado.