O desafio da Páscoa

Partidos do chamado "Centrão" trabalham para emparedar o governo federal. Legendas como PP, PR, PRB e Solidariedade querem votar a proposta do Orçamento Impositivo antes do relatório da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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Isso significa atraso no calendário do Planalto desenhado para as mudanças na aposentadoria. A articulação política do governo já estava trabalhando com o desafio de garantir quórum na comissão em plena semana da Páscoa.

Agora, há mais um assunto na pauta para travar o envio da reforma para a comissão especial. Quem conhece a Câmara sabe que quando há boa vontade, tudo é aprovado a toque de caixa.

Mas os líderes destes partidos querem mandar um recado ao presidente Jair Bolsonaro: o diálogo precisa melhorar.

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Sem camisinha

Um mês depois do anúncio de Bolsonaro, o Ministério da Saúde encontrou uma solução para a cartilha de saúde dos adolescentes, considerada imprópria pelo presidente. A partir da semana que vem, secretarias serão orientadas a distribuir o material que já está na praça apenas para maiores de 14 anos.

O secretário-executivo, João Gabardo, confirmou à coluna que uma versão chamada de "light" já está sendo produzida para estudantes mais jovens. Essas publicações não terão ilustrações sobre uso de preservativos.

Agilizando

Técnicos do ministério da Economia serão convocados para detalhar aos senadores a medida provisória que reduz o tempo e a papelada necessários para a abertura de uma empresa no Brasil. Presidente da Comissão Especial que vai analisar a proposta, o senador Jorginho Mello (PR-SC) vai abrir espaço para os esclarecimentos. A ideia do governo é que, até julho, empreendedor possa colocar o seu negócio para operar em, no máximo, um mês.

Autonomia

O projeto de lei complementar para autonomia do Banco Central encaminhado pelo governo federal vai na mesma linha de uma proposta que já tramita na Câmara, relatada pelo deputado Celso Maldaner (MDB-SC).

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Agora cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, decidir se o texto que já estava na Casa segue, inclusive para dar agilidade, já que o projeto está pronto para ser votado. Maldaner afirmou à coluna que já há consenso entre os líderes do centrão sobre o assunto:

– Voto tem suficiente para aprovar — afirma Maldaner.

Frase

— Você não verá ninguém passando a mão na cabeça de ninguém, caso tenha cometido um erro. Pra quem comete um erro, existe a lei.

Do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) sobre músico fuzilado no Rio de Janeiro.