Dentro do cenário de caos, foi justa a contrapartida aprovada pelo Congresso para que estados e municípios recebam a ajuda da União. Defendido pelo Ministério da Economia, o congelamento de salários de servidores municipais, estaduais e federais até dezembro de 2021 representará uma economia de R$ 43 bilhões e um fôlego para os cofres públicos.
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Câmara e Senado abriram exceção para uma lista de categorias. Professores, profissionais de segurança, das Forças Armadas e da saúde, por exemplo, ficariam de fora do congelamento, desde que atuassem diretamente no combate à pandemia. A equipe de Paulo Guedes não gostou porque diminuiu a economia.
Um dia depois, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que iria vetar. É claro que nenhum trabalhador merece ficar com salário congelado e que não há o que comemorar. Mas o mundo vive um momento excepcional e todas as economias trabalham com resultados negativos em razão dos efeitos do coronavírus.
O Brasil, que já vinha com altas taxas de desemprego, está vendo o problema ficar ainda mais grave. Trabalhadores informais, os chamados invisíveis, se aglomeram em filas de banco para retirar o apoio de R$ 600 e sobreviver. Empresas apelam para regimes especiais, como redução de carga horária e salário.
Se a crise, portanto, atinge desta maneira o setor privado, como não chegaria também ao setor público? Se a economia não gira, não gera receita, não há arrecadação e os governos não têm como administrar o reajuste de salário, mas no setor público a estabilidade assegura a manutenção do emprego.
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O Brasil tem um desafio urgente, que é continuar gerenciando o aumento da doença em regiões que conseguiram fazer o dever de casa até agora – como nos Estados do Sul – e socorrer as áreas em que o sistema de saúde chegou ao limite. O segundo momento será o day after, a reconstrução. Uma retomada que não será de uma hora para outra.
Sondagem
Um ex-integrante do Ministério da Saúde foi sondado para assumir a Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina, assim que Helton Zeferino deixou o cargo. Integrante da equipe de Luiz Henrique Mandetta, ele desembarcou do governo Bolsonaro junto com o ex-ministro. Mas como já está envolvido em outros projetos, não aceitou.
Reforço
O estado do Amazonas foi o primeiro a ganhar reforço de 267 profissionais de saúde contratados para atuar no enfrentamento à Covid-19. Eles se inscreveram no programa “O Brasil conta Comigo”, que cadastrou profissionais, residentes e estudantes de todo país. No Pará, onde a crise também é séria, o governador, Helder Barbalho, chamou de volta médicos cubanos, que já haviam trabalhado na região.