A escalada de frases no mínimo polêmicas proferidas por Jair Bolsonaro desde o último final de semana culminou em desumanidade e desrespeito. O presidente da República atacou pessoalmente o presidente da OAB ao afirmar, em tom de desafio, que poderia contar como o pai dele desapareceu na ditadura militar.
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Felipe Santa Cruz tinha apenas dois anos quando Fernando, um militante contra o regime, entrou para a lista dos desaparecidos. Não é segredo que o presidente da República defende a ditadura e até torturadores. Mas, dessa vez, ao criticar a OAB nas investigações do caso Adélio Bispo, ele não se limitou a reclamar da instituição. Ao alvejar Santa Cruz, Bolsonaro também atingiu as demais famílias de vítimas.
Ex-integrante da Comissão da Verdade e ex-ministro do STJ, Gilson Dipp considerou o caso grave e defende que o titular da OAB busque reparação judicial. Mais uma vez, Bolsonaro opta por alimentar a polarização, mantendo viva a chama de seus apoiadores nas redes sociais com algo que nem estava na pauta.
A agenda real do país não se presta para bate-boca apaixonado, mas é o que carece de atenção: as reformas da Previdência e tributária, ações para resolver a chaga do desemprego, sem falar na crise do sistema carcerário, que mais uma vez bate às portas do Ministério da Justiça.
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O presidente Bolsonaro aproveitou o momento salão de beleza para uma transmissão ao vivo nas redes sociais. Foi a hora de explicar o que diz saber sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB. Segundo ele, Fernando Santa Cruz foi vítima de uma briga entre os próprios movimentos de esquerda. A fonte? Pessoas com as quais ele falou na época. O presidente ainda voltou a prometer ajuste na tabela do imposto de renda.
Homeschooling
Projeto de lei da deputada catarinense Caroline de Toni (PSL) quer permitir a educação dos filhos em casa. O projeto altera o Código Penal para não configurar crime de abandono intelectual, que prevê pena de detenção de até um mês e multa. A parlamentar defende que o chamado homeschooling é um direito dos pais e que muitas famílias são vítimas de perseguição jurídica. O projeto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e, se aprovado, seguirá para o plenário.
Substituição
As regras do programa que substituirá o mais Mais Médicos devem ser anunciadas ainda nesta semana e serão oficializadas em uma medida provisória. A prioridade será atender as cidades mais carentes. Sobre a situação dos municípios do Estado, que reclamam falta de médicos, a informação do governo é que “não é responsabilidade do Ministério da Saúde contratar profissionais para fazer atenção básica”.