* Por Silvana Pires, interina

Uma reunião de emergência foi marcada para a tarde de domingo em Brasília, com a alta cúpula da segurança e o presidente Michel Temer para tratar da situação dos venezuelanos, em Pacaraima (RR). O quadro se complicou após suspeitas de que refugiados teriam cometido um assalto seguido de agressão a um comerciante. Moradores revidaram e destruíram acampamentos, queimaram pertences e agrediram os refugiados. A tensão na região é constante. Estimativas apontam que cerca de 500 venezuelanos entram diariamente no Brasil por Pacaraima. Não há estrutura adequada para receber tantas pessoas, o governo de Roraima não tem conseguido dar conta e culpa o governo federal por não tomar uma atitude em relação à imigração desenfreada. A governadora Rosely Campos quer o fechamento da fronteira, algo que o Planalto rejeita. Enquanto as discussões seguem em gabinetes, há uma questão humanitária que não tem recebido a atenção devidamente necessária. Fechar as portas para os refugiados, famintos, é um ato drástico e até desumano. Mas recebê-los desta maneira, sem condições básicas de higiene, saúde e até de possibilidades no futuro, é tão desumano quanto. Não é de se estranhar que, após a violência de sábado, um refugiado declarou que irá voltar ao seu país:

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– Prefiro morrer de fome na Venezuela com minha família do que ser morto agredido aqui.

Junto com ele, pelo menos outros 1.200 optaram por deixar o Brasil. Após a reunião em Brasília, o Planalto afirmou que o Ministério da Segurança enviará mais 120 homens da Força Nacional para Pacaraima e que já investiu mais de R$ 200 milhões em ações como triagem, instalações para receber os refugiados e interiorização dos migrantes para outros Estados. Ainda é pouco para uma situação tão complexa e, sim, o governo Michel Temer segue devendo uma ação mais efetiva para um problema tão sério como este.

Adversário

Dentro das estratégias deste início de campanha, quem saiu na frente foi Marina Silva(Rede), ao firmar posição de adversária de Jair Bolsonaro (PSL). Líder nas pesquisas no Estado, Bolsonaro vira o foco dos demais candidatos, que apostam no horário eleitoral para tentar um lugar no segundo turno.

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Futuro

A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal deve decidir amanhã se o ex-ministro petista José Dirceu seguirá em liberdade ou não. No final de junho ele foi solto, após três ministros entenderem que ele podia aguardar em liberdade o julgamento do recurso junto ao STJ, contra a decisão do TRF4 que o condenou a mais de 30 anos de prisão por crimes relacionados à Operação Lava Jato. Na época, o ministro Edson Fachin pediu vista, mas mesmo assim três ministros votaram por soltar Dirceu.

Missão impossível

O candidato a vice-presidente na chapa do MDB, Germano Rigotto, tem um desafio pela frente. Ele pretende conversar com emedebistas que não querem saber da candidatura de Henrique Meirelles à presidência. Rigotto irá procurar o candidato à reeleição do governo de Alagoas, Renan Filho, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE).

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