Deputados de partidos alinhados com o governo – mas que não querem ser chamados de base aliada – passaram a quinta-feira mandando um recado para o Planalto: querem que o envio da proposta que inclui os militares na reforma da Previdência seja acelerado.
Continua depois da publicidade
O combinado é que em um mês o projeto de lei estará disponível,mas os parlamentares acreditam que, se as mudanças para os militares entrarem no
debate o mais rápido possível, ficará mais fácil convencer a população de que o sacrifício realmente é para todos.
Deputados experientes apostam que o governo não encaminhou o pacote completo para ter exatamente este jogo. Ao ceder no calendário dos militares, a equipe econômica poderá oferecer aos deputados uma sensação de primeira vitória, melhorando o ambiente.
Com exceção dos partidos de oposição, é difícil encontrar um parlamentar que não reconheça a importância da reforma. Mas são poucos os dispostos a aprovarem o texto como está. A maioria ainda está aguardando a reação dos eleitores e valorizando o passe.
Frase
"Nada na Constituição autoriza a tolerar o sofrimento que a discriminação impõe. Toda pessoa tem o direito de viver em uma sociedade sem preconceitos. Toda pessoa deve ser protegida contra qualquer ato que atinja sua dignidade" – Edson Fachin, ministro do STF
Continua depois da publicidade
Muxoxo
Deputados do PSL que participaram da reunião com o presidente Bolsonaro sobre reforma da Previdência saíram reclamando que precisam ser prestigiados. Os mais chateados são aqueles que ainda não conseguiram indicar afilhados para cargos no governo.
Detalhes
Preocupado com os rumos da reforma no Congresso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), alertou o presidente Bolsonaro na necessidade de aproximação com as bancadas. Ele fez questão de lembrar o presidente que o parlamentar gosta de um carinho.
Equilibrista
O chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), investigado no caso do laranjal, não será exonerado. Mas quem conhece a Esplanada aposta que a permanência do mineiro no governo está por um fio.