O primeiro grande desafio do governo Bolsonaro na reforma da Previdência é vencer a batalha da comunicação. Além da articulação política, o ministro Paulo Guedes (Economia) terá que convencer os eleitores que a reforma é importante para a recuperação econômica do país e para a manutenção dos futuros pagamentos. Não é tarefa simples. Um dos erros do governo Temer foi a arrogância com que a equipe econômica apresentou as mudanças.
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Imediatamente, a oposição conseguiu colar no texto o selo da perda de direitos, propagando a frase "Vai morrer sem se aposentar". Michel Temer nem conseguiu levar o debate adiante porque queimou o capital político se defendendo de denúncias. Jair Bolsonaro tem uma chance inédita de emplacar a reforma.
Ele conta com o apoio das urnas e tem aliados no comando da Câmara e do Senado. Mas a minuta que vazou não é consenso entre os partidos da base.
A idade mínima de 65 anos para homens e mulheres e a desvinculação do BPC (benefício para idosos e pessoas com deficiência) do salário mínimo encontram resistência. A bancada ruralista já mandou dizer que não quer saber de alterações na Previdência rural.
Sem querer, querendo
Secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, comentou com deputados que sabe quem vazou a minuta da reforma e que o assunto deveria ser mantido em sigilo. Na Esplanada, há quem aposte que, na verdade, o Palácio do Planalto aproveitou para tirar uma primeira temperatura do impacto das propostas, antes de enviar o texto final ao Congresso.
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Saúde
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deve desembarcar em Santa Catarina em 25 de fevereiro para confirmar a publicação de portarias que ficaram pendentes, com a criação de novos leitos de UTI e de unidades de saúde mental. A articulação está sendo feita pela deputada Carmen Zanotto (PPS), coordenadora do Fórum Parlamentar Catarinense. Colegas de plenário, Mandetta e Carmen conversaram por mais de cinco horas na última segunda-feira.
Puxão de orelha
Responsável por presidir o início da sessão de terça-feira (05), a deputada federal Geovânia de Sá (PSDB-SC) precisou apelar para o bom senso dos colegas para acabar com um bate-boca em plenário.
Deputados de oposição e aliados do presidente Jair Bolsonaro começaram uma gritaria, sem respeitar o momento em que cada um pode se manifestar. Depois de cortar os microfones, com calma, a deputada lembrou que a Câmara é uma Casa em que oposição e situação naturalmente discordam, mas precisam conviver democraticamente.