De homem de confiança a algoz do PT. Esse poderia ser o resumo da trajetória de um dos mais poderosos ministros petistas, Antonio Palocci, que agora aceita contar sobre as falcatruas que ajudou a comandar, entregando antigos companheiros e parceiros de corrupção. Ao contrário de José Dirceu, ele não está disposto a pagar o pato sozinho. Um acordo de colaboração que provoca pânico no PT. A prova é que antes mesmo que venham à tona detalhes das informações que ele repassou aos investigadores, a ex-presidente Dilma Rousseff publicou uma nota chamando o ex-colega de partido de mentiroso. Ela reclama de fatos que já foram citados por ele em depoimentos aos investigadores. Alegar que Palocci mente, que é ato de desespero. Além de depoimentos, ele teria provas das relações espúrias entre políticos e o setor privado. Afinal, ele era o contato direto entre o partido, empresários e o sistema financeiro. A situação do PT é grave: Lula está preso e Palocci resolveu soltar a língua.

Continua depois da publicidade

 

Confira também as análises de Upiara Boschi e Moacir Pereira

 

UMBILICAL

Continua depois da publicidade

Questionado sobre o possível impacto da delação de Antonio Palocci no PT, o deputado Elvino Bohn Gass (RS) afirmou que, se o ex-ministro fez alguma coisa errada, ele fez por conta própria. Petista histórico, Palocci foi ministro da Fazenda e da Casa Civil, além de articulador e operador das campanhas de Lula e Dilma.

 

VIGÍLIA

O presidente do PT catarinense, deputado Décio Lima, está convocando a militância do Estado para uma vigília no acampamento próximo à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, na segunda-feira. Na terça-feira, Dia do Trabalhador, um ato em defesa dos trabalhadores e do ex-presidente Lula. Ainda não há estimativa de quantos catarinenses devem ir a Curitiba, onde Lula está preso.

 

CONVOCADOS

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou atrás e convocou sessão extraordinária para a próxima semana, atrapalhando os planos de quem queria esticar o feriadão. Ele atendeu a um pedido do presidente Michel Temer para votar o remanejamento de recursos de R$ 1,3 bilhão para pagamento da dívida dos governos de Moçambique e Venezuela, o qual o Brasil foi avalista. A grande dúvida é se haverá quórum.

 

FRASE

“Wood face!” (ou no bom Português: cara de pau!)

Rodrigo Janot, ex-procurador-geral ao comentar decisão da Comissão de Ética da Presidência da República que advertiu o ministro Carlos Marun após declaração de que governadores precisariam aprovar reforma da Previdência se quisessem recursos. 

Continua depois da publicidade

 

Leia outras publicações de Carolina Bahia