Depois de um dia inteiro elaborando a resposta às revelações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro apresentou um pronunciamento desconexo e desastroso. Aliados do presidente estavam ávidos por algo concreto para apresentar aos eleitores, mas as justificativas apresentadas por Bolsonaro não convenceram.

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Não ficou claro o motivo do afastamento do diretor da Polícia Federal e os ataques a Moro não ficam em pé. Se o Supremo Tribunal Federal autorizar a abertura de inquérito solicitada pela Procuradoria-Geral da República, aí tudo poderá ser melhor esclarecido.

O presidente reclamou do trabalho da Polícia Federal no episódio da facada e reclamou que há mais preocupação com o caso Marielle do que com ele. Contra Moro, disse que o ex-ministro afirmou que o então diretor da Polícia Federal Maurício Valeixo poderia ser substituído em novembro, depois que ele fosse indicado para o STF. Moro nega a conversa. A essas alturas, o que alcança mais credibilidade: a história com início, meio e fim do ex-juiz (que afirma ter provas) ou a discurso em retalhos do presidente?

Enquanto isso na Câmara, lideranças de partidos do centrão afastam o risco de levar adiante o pedido de impeachment. Se esse apoio seguir em frente, vai custar caro ao presidente.

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