A velocidade com que o Supremo Tribunal Federal resolveu a situação do ex-presidente Lula surpreendeu quem está acostumado com os corredores da Corte. Por esmagadora maioria, o STF derrubou a decisão de Curitiba, que havia autorizado a transferência para São Paulo.

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Às vésperas da retomada do julgamento do habeas corpus do ex-presidente, uma iniciativa considerada sem sentido. Até o relator, ministro Edson Fachin, considerado linha dura, votou para que Lula permanecesse no Paraná. Além da questão técnica, o STF aproveitou também para mandar um recado para a turma do ex-juiz Sergio Moro: tudo tem limite.

O conteúdo do vazamento das conversas entre integrantes da Lava-Jato acendeu uma luz amarela na Corte. O envolvimento de ministros como supostos alvos piorou ainda mais a situação de autoridades que deveriam zelar pelo cumprimento das leis e, se tudo for confirmado, tentaram subvertê-las como se fossem justiceiros. Nada disso está confirmado, mas o Supremo está analisando, inclusive, se Moro agiu ou não com imparcialidade. A decisão a jato sobre o Lula pode ser um sintoma do que pensam os ministros sobre o ex-juiz.