O Ministério da Economia errou a mão ao começar as ações contra os efeitos econômicos do coronavírus com uma medida provisória que permite a suspensão de contratos e salários por quatro meses. É como se a conta da crise caísse somente no colo do trabalhador da iniciativa privada, enquanto servidores públicos continuam com salários e estabilidade assegurados.

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Além disso, o texto não garante nenhum colchão social para essas pessoas que eventualmente tenham os contratos suspensos pelo período de quatro meses. A promessa dos técnicos da pasta é que, em seguida, uma nova MP será editada com a antecipação do seguro-desemprego. Por que as duas medidas provisórias não saíram juntas? O ministro da Economia, Paulo Guedes, desapareceu nos últimos dias.

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Quem está explicando e defendendo o texto são os técnicos da pasta. É claro que algo deve ser feito na área trabalhista, que a crise na economia será aguda, mas a primeira medida deveria ser um sinal ao trabalhador, com as devidas explicações.

Embora tenha o objetivo de evitar demissões em massa e ações importantes, como a regulamentação da antecipação das férias, a MP tem tudo para ser rechaçada pelo Congresso. Partidos de oposição já se mobilizam para entrar no Supremo Tribunal Federal contra a proposta e há pressão para que os presidentes da Câmara e do Senado devolvam a MP para o Executivo.

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