O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, completa um mês no cargo no final desta semana e, mesmo sem nada conseguir fazer de inovador, já enfrenta o calor da frigideira do presidente Jair Bolsonaro.
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Médico, com uma biografia a zelar, ele não virou garoto-propaganda da cloroquina, nem saiu disseminando teorias sem pé, nem cabeça contra o isolamento social. Atitude sensata, mas que desagrada a militância alucinada. Ele também não consegue, no entanto, liderar a própria equipe, nem dialogar com Estados e municípios. Constrangido e tutelado, nem mesmo consegue informar o público sobre o que está ocorrendo.
E é aí que o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mais faz falta. Mesmo em guerra com o chefe, ele transformava a divulgação diária dos números do coronavírus no país em um momento de recados. Tirava dúvidas, informava a população, mandava lavar mãos e rosto, usar álcool gel, tomar vacina, enfim, dava seu recado.
Ex-ministro da Saúde e sanitarista, José Gomes Temporão chamou atenção em entrevista à Radio Gaúcha: até hoje o governo federal não fez campanha para informar a população sobre os efeitos do coronavírus, o que e como fazer. Na falta de apoio, Mandetta assumiu esse papel. E o Palácio do Planalto não faz uma grande campanha porque não consegue alinhar o que as autoridades de saúde pensam, com as crenças dos terraplanistas e a negação que é o discurso do presidente da República.
O governo nem mesmo fez uma campanha para explicar como os trabalhadores informais devem ter acesso aos benefícios. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que em breve uma campanha esclarecedora deve ser feita, diante dos erros no preenchimento do cadastro.
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Fazer de conta que a pandemia não existe não vai diminuir o número de mortos ou de contaminados.
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