O presidente sai menor do mais atrapalhado processo de fritura de um ministro. 

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Quem conhece política observou, perplexo, todo o processo de fritura de Gustavo Bebianno pela família Bolsonaro. O presidente perde o seu primeiro ministro com menos de dois meses de governo e sequer tem a capacidade de explicar o que houve aos seus eleitores. 

Depois de cinco dias de bate-cabeça, desde que o filho do presidente chamou o ministro de mentiroso, o porta-voz anunciou a exoneração, dizendo que ocorria por questão de foro íntimo. 

Na sequência, o presidente Bolsonaro divulgou um vídeo em que até elogia o ex-amigo. A bandeira branca fez parte de um acordo.

Ex-presidente do PSL, Bebianno é uma bomba ambulante. O que ele sabe poderia gerar crises em série. Sem condições de permanecer no governo, exigiu que não queria ser massacrado na demissão. Bolsonaro cumpriu o prometido.

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— Acredito na sua seriedade e na qualidade do trabalho — disse o presidente.

Por trás de toda essa crise, está a acusação de que o PSL usou laranjas na eleição de 2018 e desviou dinheiro do financiamento público de campanha. Mas não foi por isso que Bebianno caiu. Se o laranjal fosse o motivo , o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, teria caído junto.

Bebianno caiu porque  já estava mergulhado em uma guerra de poder com o segundo filho do presidente, Carlos Bolsonaro. Depois do bate-boca público, ficou sem ambiente para permanecer no quarto andar do Palácio do Planalto. Ao contrário do que tentam vender os bolsonaristas mais apaixonados, o presidente sai menor de todo esse processo.