Que interesse teria Jair Bolsonaro em ter uma pessoa de confiança no comando da superintendência da Polícia Federal do Rio? Essa foi a pergunta que tomou conta da Esplanada, diante da enfática declaração do presidente da República sobre o nome que deveria substituir o atual titular, Ricardo Saad, que já vinha negociando a transferência da sede carioca, o que estava previsto para o final deste ano.
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Como é de praxe, o diretor, Maurício Valeixo, preparava um nome para substituí-lo, alinhado com o ministro da Justiça, Sergio Moro. Bolsonaro, portanto, surpreendeu e atropelou ao adiantar que preferia um delegado de Manaus. Além disso, comentou que o problema de Saad era a produtividade, o que não confere. A ameaça de interferência mobilizou e causou indignação na Polícia Federal.
Em um país com 13 milhões de desempregados, reformas da Previdência e tributária para aprovar, uma lei de abuso de autoridade para vetar ou sancionar e um Ministério da Educação em marcha lenta, causa espanto tanta preocupação do presidente com a PF do Rio, região que é base política da família. Depois de horas de alta tensão, o presidente voltou a falar sobre o assunto e declarou, para alívio dos envolvidos:
— Tanto faz.
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