O crescimento pífio do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 deveria servir de alerta para o presidente Jair Bolsonaro. Se o mercado internacional não está favorável, se o coronavírus derruba a economia, se o dólar está em alta, o papel do Palácio do Planalto é fazer o dever de casa. Isso significa trabalhar a favor da estabilidade política.
Continua depois da publicidade
Colocar humoristas para fugir das perguntas sobre a economia e apoiar mobilizações contra os poderes são ações que colocam os investidores em posição de desconfiança. É claro que os eleitores mais fiéis do presidente jamais reconhecerão que ele erra. Mas também esses deveriam cobrar de Bolsonaro um comportamento de estadista. Quando o país cresce pouco todos perdem.
O Ministério da Economia apostou todas as fichas na aprovação das reformas como fermento dos negócios. Reformas, no entanto, são a base de uma política econômica. O país precisa de investimentos públicos e privados para fazer a roda girar, para gerar emprego. Para 2020, o governo pode tentar acelerar o programa de privatizações para atrair esses recursos.
Um norte mais claro depende do próprio presidente. Jair Bolsonaro construiu o sucesso político em cima da oposição ao PT e das posições conservadoras. Agora, ele precisa dar um passo adiante. Como diz o general Santos Cruz, que foi ministro de Bolsonaro, o Brasil não pode viver em eterno estado de campanha eleitoral. O Congresso já deu sinais que está disposto a encarar as reformas e Bolsonaro não tem motivos para reclamar do STF. Só falta virar a chave.
De outro mundo
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até agora foram detectados sete nomes de pessoas mortas nas listas de assinaturas para a criação do Aliança, o novo partido do presidente Bolsonaro.
Continua depois da publicidade
Além dessa e de outras irregularidades, o tempo corre contra a aprovação da sigla. Não à toa, outros partidos estão servindo como barriga de aluguel para abrigar nas eleições municipais quem quiser entrar para o Aliança em 2022.