O PT vai xingar e execrar, mas não adianta tentar apagar a história: Antonio Palocci foi um dos homens mais poderosos do partido comandado por Luiz Inácio Lula da Silva. Na delação premiada homologada pelo TRF-4, o ex-ministro promete detalhar os esquemas de corrupção que tomaram conta da cúpula do governo petista, inclusive com a participação de Lula.  A narrativa apresentada à militância até então, de que o PT vem sendo perseguido, se esvai.

Ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, interlocutor junto aos empresários, negociador jeitoso, ele chegou a integrar a lista dos presidenciáveis do partido, depois que José Dirceu caiu por causa do mensalão. Só esse breve histórico já explica porque a delação premiada de Palocci assusta tanta gente. É um petista de raiz que resolveu entregar os companheiros. Preso em Curitiba desde 2016, vem tentando a delação há bastante tempo. Os investigadores, no entanto, reclamavam que ele não apresentava novidades. A Polícia Federal queria um material mais robusto, documentos. O próprio Supremo Tribunal Federal tem demonstrado que somente o relato dos delatores não basta para sustentar os inquéritos.

Nos novos relatos, ele teria detalhado o esquema de pagamento de propina para o governo petista e as relações com empreiteiras, como a Odebrecht. Segundo Palocci, os pagamentos a Lula, feitos nos últimos meses de 2010, quando ele se preparava para deixar o Planalto, chegavam a somar R$ 50 mil.

Acusado de traidor, Palocci já começou a ser desqualificado pelos antigos companheiros. Colegas de partido que, no passado, dividiam com ele vinhos caros em restaurantes de luxo de Brasília, hoje estão dedicados à campanha e voltaram às origens, querem tentar resgatar as antigas bandeiras do partido. O PT, no entanto, deixou um esqueleto da corrupção pelo caminho.

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DONOS DO JOGO

Lideranças do DEM e do PP resolveram unir forças para dar as cartas em Brasília a partir do próximo ano, tanto no Congresso, quanto junto ao novo governo. Se o acordo de bastidores for levado até o fim, esses dois partidos do chamado centrão irão apoiar o mesmo candidato à presidência da República e poderão tentar reeleger o deputado Rodrigo Maia à presidência da Câmara. O plano pode parecer ousado, mas não é impossível. Juntos, esses dois partidos têm bancadas significativas, tempo de TV e fundo eleitoral – ativos que valem ouro na campanha.


CONVERSAS COM O GENERAL
 

Pelo menos dez pré-candidatos à presidência da República já passaram pelo gabinete do Comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, para falar sobre Defesa Nacional, orçamento para Forças Armadas, remuneração, investimentos e, claro, para colocar uma foto nas redes sociais. Entre eles, Jair Bolsonoro (PSL), Álvaro Dias (Podemos), Rodrigo Maia (DEM), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) e Fernando Haddad (PT). A assessoria do Exército informou que reuniões futuras de Villas Bôas com outros possíveis presidenciáveis irão depender de disponibilidade nas agendas.

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R$ 12 mil

O pré-candidato a deputado federal pelo PPS de São Paulo, Humberto Laudares inovou na hora de arrecadar recursos para as eleições: usou uma maquininha de cartão de crédito. No lançamento da pré-campanha, no dia 6 de junho, em menos de uma hora arrecadou R$ 12 mil. Na vaquinha virtual no site, a modalidade mais usada por pré-candidatos até o momento, o mesmo valor só foi alcançado após duas semanas.

 

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