Desconectado

O governo Temer aproveitará o período do recesso parlamentar para ampliar a campanha a favor da reforma da Previdência. A ideia é reforçar a tese de que o texto ataca privilégios de uma casta do funcionalismo público. Conselheiros do presidente da República estão convencidos de que, assim, conseguirão virar o jogo e mudar a imagem de que a proposta em tramitação na Câmara prejudica os trabalhadores do Regime Geral.  Mas a oposição tem material farto para rebater esse argumento, lembrando, por exemplo, que a proposta limita o pagamento de pensões, atingindo em cheio a classe média. O maior problema do governo, no entanto, não são os partidos de oposição, mas a falta de credibilidade. Como levar fé em um presidente que, na mensagem de Natal, afirma que tudo está ficando mais barato para o cidadão? Os indicadores econômicos, de fato, são positivos. Na vida real, porém, 2017 foi um ano de alta na gasolina, no gás, no preço da luz, enfim. Um presidente da República que tem como principal pauta a retomada da economia não pode fazer um discurso desconectado da realidade, por mais otimista que tente parecer.

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A GRAÇA DO GERALDO 

De um tucano, sobre as estratégias de Geraldo Alckmin na campanha presidencial:

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– A graça do Geraldo é não ter graça. Talvez as pessoas queiram mesmo uma pessoa mais séria.

Os marqueteiros do tucano querem dar destaque às ações do governador de São Paulo na área de segurança pública.

 

TIRO NO PÉ

Governistas estão adorando a ideia de associações de juízes, que querem promover uma manifestação em Brasília contra a reforma da Previdência e o fim do auxílio-moradia. Deputados acreditam que a ação vai reforçar ainda mais o discurso de que só não quer a reforma aqueles apegados aos privilégios.

 

OBRIGATÓRIO

Segurança pública será um dos assuntos obrigatórios no debate à presidência da República. Da fragilidade do Ministério da Justiça à falta de uma política nacional de segurança efetiva. Candidatos já estão colocando suas equipes para estudar a situação das áreas mais conflagradas.

 

FRASE

“Se Marcelo Odebrecht tivesse visto esse indulto de Natal do presidente Temer, não teria feito acordo! Perdão de 4/5 da pena! Continua aberta a temporada da corrupção”, procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da equipe de Curitiba da Lava-Jato.

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