A confirmação do nome do deputado Osmar Terra (MDB-RS) para o Ministério da Cidadania significa um reforço de peso na articulação política do governo de Jair Bolsonaro. Com essa escolha, Bolsonaro agrada as bancadas da Saúde e da Assistência Social, que fizeram lobby a favor do deputado, faz um aceno importante aos emedebistas da Câmara e ainda coloca dentro do governo um parlamentar respeitado no Congresso, com condições de ajudar em votações importantes. Logo depois da confirmação, o ministro extraordinário Onyx Lorenzoni teve uma reunião com deputados do MDB, que comemoraram a indicação. Embora tenha sido ministro de Michel Temer, Terra fez questão de fazer uma campanha para reeleição à Câmara descolada do presidente. Além disso, esteve alinhado à candidatura de Bolsonaro, uma estratégia que começa a dar frutos. Quer dizer: é um ministro de Temer, mas que se aproximou muito de Bolsonaro nos últimos tempos. E tem a questão técnica: Terra conhece os meandros do Bolsa Família, um programa estratégico para qualquer governo. 

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Carta branca

Às 19h da terça-feira Terra foi chamado por Onyx para tomar um chimarrão na sede da transição. Saiu de lá ministro da Cidadania e com o novo modelo de ministério embaixo do braço. A pasta acumula as funções do Desenvolvimento Social, Esporte, Cultura e ainda políticas antidrogas. Terra ainda não sabe quem convidará para as secretarias, mas ganhou carta branca de Bolsonaro para fazer as escolhas.

Demandas

Os catarinenses Carmen Zanotto (PPS), Geovania de Sá (PSDB) e Celso Maldaner (MDB) estavam entre os parlamentares que foram ao presidente eleito Jair Bolsonaro apoiar o nome de Osmar Terra para o Ministério da Cidadania. O grupo de parlamentares ligados à frentes de assistência social, doenças raras e políticas para mulheres aproveitou para já apresentar demandas a Terra.
 

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Comemoração

O deputado catarinense Valdir Colatto (MDB) também participou da reunião com Bolsonaro que confirmou Osmar Terra na equipe do futuro governo. O catarinense, que faz parte do governo de transição, comemorou a indicação.  

Ele voltou

Deputado da linha de frente do governo Michel Temer, Darcísio Perondi (MDB) não conseguiu se eleger, mas ficou como suplente e agora voltará à Câmara. Com Terra no ministério, ele assume o mandato e já avisou: Bolsonaro poderá contar com ele, em especial nas pautas reformistas. Ao final da reunião com Bolsonaro, que confirmou o nome de Terra, deputados brincavam, aplaudindo Perondi pelo retorno ao parlamento em 2019: 

— Perondi, eu te amo – gritava Antonio Brito (PSD-BA).  

Frase

Enquanto o mundo, de uma maneira geral, aboliu a possibilidade do indulto coletivo. No Brasil, nós estamos expandindo. 

Luis Roberto Barroso. Ministro do STF durante seu voto contra a concessão de indulto aos crimes de colarinho branco. O julgamento será retomado nesta quinta-feira e o placar está 1 a 1.

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