
Desde a aprovação da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, vem intensificando os recados para o presidente Jair Bolsonaro. Em seu discurso, Maia deu várias indiretas e culminou na alfinetada, sem citar nomes, de que a relação do Planalto com o Congresso precisa melhorar, que o diálogo e o respeito devem prevalecer. E culminou com entrevistas no final de semana nas quais afirma que o governo está fazendo muito pouco pelos mais pobres.
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As rusgas não são de hoje, é claramente um cabo de força. As declarações de Maia são no intuito de mostrar a Bolsonaro o quanto de poder ele tem dentro da Câmara. Agora, não há como ignorar que quanto mais tensionada for essa relação, pior fica para aprovar projetos importantes para o país. O Planalto precisa, sim, dialogar mais, estar presente dentro do Congresso e defender suas pautas.
Claramente, se viu um protagonismo de Maia – que agora passará para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, mas que deveria ser de Bolsonaro. Depois não adianta voltar a reclamar que querem deixá-lo como a “rainha da Inglaterra”, que reina, mas não governa. A articulação política permite ao presidente estar à frente das principais decisões do país, mesmo que estejam sendo votadas no Parlamento.
Bastidores do cafezinho da reforma
1- No cafezinho da Câmara, um deputado cearense contava aos colegas a estratégia do governador Camilo Santana (PT-CE) sobre a reforma. Apesar de criticar as mudanças publicamente, agiu diferente nos bastidores. Na última semana, o petista ligou para alguns deputados do Ceará pedindo que votassem a favor das mudanças.
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2- Por incrível que pareça, parlamentares nem sempre sabem o que estão votando. Assim que abriu o painel do primeiro destaque, uma deputada saiu correndo em direção ao plenário e perguntou o que estava sendo votado. Um colega, meio sem graça, admitiu:
– Não sei, estou votando por orientação da bancada.
Nenhum dos dois era catarinense
Escola cívico-militar
Santa Catarina deve receber uma escola cívico-militar ainda no segundo semestre. A implantação faz parte das medidas anunciadas pelo Ministério da Educação para o plano estratégico de educação básica no país. O modelo prevê militares da reserva no papel de tutores – diferentemente das escolas militares, geridas pelo Exército. O plano é instalar uma unidade por ano em cada estado até 2023.