Há uma lógica política por trás da escolha do novo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ao confirmar o deputado do DEM de Mato Grosso do Sul para uma das pastas mais importantes da Esplanada, o presidente eleito Jair Bolsonaro reforça a estratégia de fortalecer os laços com as bancadas temáticas na Câmara, neste caso, a da Saúde.
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Há uma semana, parlamentares dessa Frente estiveram na sede da transição e defenderam o nome de Mandetta. Médico, amigo do ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS), próximo dos Bolsonaro e ainda apadrinhado por uma forte bancada, ele acabou se credenciando para a pasta.
A lógica é a mesma que assegurou a deputada Tereza Cristina, também do DEM de Mato Grosso do Sul, para a Agricultura. Além de ser produtora rural, ela carrega os votos da bancada ruralista. Bolsonaro fez a opção de não negociar cargos de primeiro escalão com os enrolados líderes de partidos. Para tentar construir maioria na Câmara, faz agrados às bancadas temáticas.
Porta Voz
Em mais um exemplo de prestígio das bancadas junto ao presidente Bolsonaro, o anúncio do novo ministro da saúde foi feito pela secretária-geral da frente parlamentar do setor, a catarinense Carmen Zanotto (PPS). A deputada preside outras frentes relacionadas à saúde, como a do câncer e diabetes.
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A turma do DEM
Nem mesmo se o presidente da República fosse Rodrigo Maia (DEM-RJ) haveria tantos ministros do DEM no governo. Até agora, já são três: Onyx Lorenzoni, Tereza Cristina e Luiz Henrique Mandetta. A brincadeira no cafezinho da Câmara é que o próximo passo é a transferência do próprio presidente do PSL para o partido de Ronaldo Caiado (GO). Os três futuros ministros estão ou já estiveram na mira do Ministério Público.
Pavio curto
Não é só na opinião sobre os Mais Médicos que Luiz Henrique Mandetta se assemelha ao presidente eleito Jair Bolsonaro. O deputado – que não concorreu à reeleição – é descrito por lideranças do setor como alguém com temperamento forte e pavio curto.
Ouvidos Moucos
O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, foi questionado por jornalistas sobre a escolha da delegada Érika Marena para compor sua equipe. A atuação da delegada na Operação Ouvidos Moucos foi alvo de críticas, após a morte do reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier. Moro afirmou que a delegada tem sua plena confiança:
– O que aconteceu em Florianópolis foi uma tragédia, algo muito trágico, e toda minha solidariedade aos familiares do reitor, mas foi um infortúnio imprevisto no âmbito de uma investigação, a delegação não tem responsabilidade quanto a isso.
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Fundos dos municípios
A Câmara instalou a Comissão Especial da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que pode aumentar em 1% os recursos para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Se aprovada, pode render cerca de R$ 4 bilhões ao ano para as cidades. Por ser uma PEC, após passar pela comissão deve ir a plenário tendo que ser aprovada em dois turnos tanto na Câmara como no Senado.