Quando tudo está a ponto de implodir, Jair Bolsonaro apela para o que tem de melhor na Esplanada. E esses nomes estão bem longe da área ideológica do governo, em que pululam ideias estrambóticas, como o “comunavírus” do folclórico chanceler Ernesto Araújo.
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Pressionado pela perda de seu integrante mais popular, o ex-superministro Sergio Moro, o presidente começou a semana ao lado dos ministros da Economia, Paulo Guedes, da Agricultura, Tereza Cristina, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Quadros técnicos e respeitados em suas áreas, eles asseguram a credibilidade da administração federal junto aos mercados e à parte do empresariado.
Domingo (26), eles deram sinais de que, pelo menos por enquanto, seguirão na barca bolsonarista. Nos últimas dias, era forte o comentário de que Guedes e Tereza Cristina poderiam seguir o destino de Moro a qualquer momento. Por isso, Bolsonaro fez questão de dizer que quem manda na política econômica é Guedes.
Na prática, no entanto, essa declaração não significa muita coisa. Quem conhece a estratégia do presidente sabe que ele vai deixar que a Casa Civil, do general Braga Netto, e a equipe econômica continuem se estranhando sobre o modelo ideal de plano para a recuperação econômica no pós-coronavírus. A queda de braço entre ministérios é comum em qualquer governo, mas quem precisa determinar um rumo é o presidente, caso contrário, o país perde tempo.
Bolsonaro se deu conta de que precisa trabalhar para assegurar a sua sobrevivência política e se esforça para mudar a pauta da mais nova crise, mas só tem cabeça mesmo para as investigações com potencial de atingir os filhos.
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