O PSB foi surpreendido pela decisão do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, que anunciou nas redes sociais na manhã desta terça-feira (8) que não será candidato à presidência da República. Aos líderes do partido, ele argumentou que a família fez pressão para que ficasse longe da política. Esse é um dos motivos. 

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Em diferentes reuniões com parlamentares, ele nunca escondeu que temia deixar a vida tranquila que leva para enfrentar a exposição pública de uma campanha eleitoral. 

— Hoje eu posso ir a um bar e tomar um chopinho sem problema… — comentou em um desses encontros.

Entre os motivos pessoais, também tem a atividade profissional. O comentário em Brasília é que o ex-ministro consegue um bom retorno financeiro com a realização de pareceres jurídicos.

Joaquim também não vinha sentindo firmeza dentro do próprio partido, que convive com três correntes internas: aquela que quer apoiar o PT, o grupo ligado a Geraldo Alckmin (PSDB) e outro grupo que defende a aliança com Ciro Gomes (PDT). 

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O bom resultado de Joaquim Barbosa na pesquisa Datafolha (10% das intenções de votos) havia, no entanto, pacificado o partido internamente.
Empolgados com o desempenho do ex-ministro, parlamentares e governadores estavam unificando o discurso em apoio a Joaquim.

Mas também havia outra preocupação: o financiamento de campanha. A cúpula do PSB havia decidido drenar recursos das campanhas dos governadores para alimentar a disputa nacional. 

Sem um comando forte desde a morte de Eduardo Campos, o PSB passará a viver uma guerra interna até uma decisão pelo apoio a uma das correntes. Deputados já estão pedindo à direção do partido uma reunião o mais rápido possível para definir a questão nacional.

Nas redes sociais, o vice-presidente nacional da sigla e ex-deputado Beto Albuquerque ainda defende uma candidatura própria, mas o PSB não tem  um nome de consenso.

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