A discussão sobre a ampliação ou não do uso da cloroquina no tratamento de doentes com coronavírus rendeu um mal-estar entre o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o governador de São Paulo, João Doria.

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O governador afirmou nesta quarta-feira (8) que foi o medico Davi Uip, responsável pelas ações de combate à doença no Estado, quem sugeriu a Mandetta o uso do medicamento na rede hospitalar. Em Brasília, em entrevista coletiva, Mandetta rebateu:

– Medicamento não tem paternidade. O governador não precisa politizar o assunto.

O ministro explicou que a utilização da cloroquina foi discutida em um grupo de trabalho, com vários especialistas, além da presença do Conselho Federal de Medicina. Diante da pressão pela ampliação do uso do medicamento, o ministro afirmou que solicitou ao conselho a entrega de conclusões até o dia 20 de abril. Atualmente, a cloroquina é utilizada em casos graves. Para o estágio inicial da doença ainda não há recomendação.

Grupos bolsonaristas vêm aumentando a pressão pela utilização da cloroquina em larga escala. O medicamento, inclusive, virou motivo de propaganda oficial do governo. A Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto publicou um texto nas redes sociais sobre a substância.

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Curado do coronavírus, Uip foi cobrado nas redes sociais pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que revelasse se usou ou não a cloroquina. Em disputa politica com Bolsonaro, João Doria entrou na discussão e errou o tom.