Com seus grandes nomes atrás das grades, sem liderança de peso nacional ou possibilidade de renovação, o PT está sem rumo. A estratégia de manter a candidatura do ex-presidente Lula viva perde força. O que era conversa de bastidores, ganha corpo. O governador do Ceará, Camilo Santana, defendeu em uma entrevista que o PT não pode apostar em um isolamento suicida. Ele tem, é claro, interesses regionais. São as alianças locais que começam a ter mais peso com a chegada do período eleitoral. Concentrado em uma estratégia arriscada, o partido que governou o país por 13 anos corre o risco de encolher.

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A prisão do ex-ministro José Dirceu é o símbolo da decadência. O que está valendo é o famoso “cada um por si”. A defesa da candidatura de Lula à presidência faz parte dessa luta pela sobrevivência: mantendo viva a chama da militância, petistas pretendem colar a imagem à popularidade do ex-presidente na ânsia de garantir a reeleição. 

Lula é ficha-suja, portanto, deverá ficar de fora da eleição à presidência. Ele, no entanto, continua liderando as pesquisas de intenção de votos. O desafio do PT é aproveitar esse patrimônio eleitoral. As pesquisas mostram que, hoje, Lula não tem capacidade de transferência de votos a ponto de eleger um poste. Prestes a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal em inquérito da Lava-Jato, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR), tenta a todo custo enquadrar os descontentes insistindo na candidatura do ex-presidente. Conselheiro de Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho defende que ele aponte o substituto somente em agosto, depois da decisão da Justiça Eleitoral sobre o registro.

Está faltando alguém que pense no futuro do partido. Aqueles que ocuparam essa função estão presos. Quem poderia assumir essa missão – porque não tem rabo preso –  está bem quieto, esperando a tempestade passar.

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Zé Dirceu no Bloco 5 da Papuda, em cela coletiva com beliche

Nas redes

Os presidenciáveis já começam a investir na ampliação de equipes dedicadas às redes sociais. A coluna fez um levantamento, a partir do número de seguidores no Twitter e de curtidas no Facebook, dos presidenciáveis que lideram o ranking de seguidores:

 

Frase

“Roraima não aguenta, não suporta mais arcar com o ônus de tantas demandas no serviço público.”

Da governadora Suely Campos, que pede R$ 180 milhões de ressarcimento da União. O valor teria sido gasto nos últimos três anos com serviços públicos prestados a imigrantes venezuelanos.

 

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