A eleição ainda não completou um ano e o partido do presidente da República já implodiu. A guerra de vazamento de áudios do PSL só não é o fundo do poço da sigla porque ainda há ameaças de revelações de ambos os lados, o que poderá levar seus integrantes a chafurdar na lama de vez. É uma situação inédita na história política recente em Brasília. Partidos que já estiveram no comando, como PSDB, PT e MDB — marcados por escândalos de corrupção, é verdade — sempre viveram guerras por poder entre os grupos internos, mas as vísceras jamais estiveram expostas dessa maneira. A origem da crise é a própria gênese do PSL, uma barriga de aluguel que serviu para abrigar a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência.

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O fenômeno Bolsonaro fez o partido crescer sem critério ou linha política clara, a não ser o discurso conservador comum à bandeira bolsonarista. O resultado foi uma bancada marcada pelo folclore, investigações envolvendo os laranjais e guerra pelo comando da legenda. Anabolizada, a sigla tem fundos partidário e eleitoral milionários. A família Bolsonaro quer comandar o destino desses recursos no próximo ano.

A turma de Luciano Bivar, o atual presidente, não aceita ceder. Para completar, Bolsonaro entrou na negociação do varejo ao pedir assinaturas para colocar o filho como líder da bancada e foi alvo de vazamento. Algo gravíssimo, tratando-se de uma conversa com o presidente da República. Ficou vulnerável.

A sorte do governo é ter aprovado a reforma da Previdência na Câmara antes de toda essa lambança.

Punição

Em crise com o presidente Jair Bolsonaro, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), retirou a deputada bolsonarista Caroline De Toni (SC) da vice-liderança da legenda e também da CPMI das Fake News. Em seu lugar, entrou o gaúcho Nereu Crispim. No entanto, Caroline segue como vice-líder do Governo na Câmara. Ela e o deputado Coronel Armando (PSL) votaram na lista que pedia Eduardo Bolsonaro como líder do partido.

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Apoios

Assinaram pela permanência de Delegado Waldir na liderança do PSL na Câmara os deputados catarinenses Daniel Freitas e Fabio Schiochet.

Freitas segue como vice-líder do partido.

Inverno

Chamou atenção de quem acompanhou a passagem do presidente Bolsonaro por Santa Catarina a frieza na relação do presidente com o governador do Estado, Carlos Moisés. Aliás, na guerra do PSL, a bancada do Estado está rachada.

Diagnóstico

Após aprovação no Senado, será encaminhado para sanção presidencial o projeto da deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) que fixa prazo de 30 dias para a realização de exames de diagnóstico de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS), quando tumores cancerígenos sejam a principal hipótese do médico.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram registrados, em 2018, cerca de 300 mil casos de neoplasia maligna entre os homens e 282 mil casos entre as mulheres.

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