O primeiro grande teste da reforma da Previdência ocorre na quarta-feira, quando o ministro Paulo Guedes (Economia) estará na Comissão de Constituição e Justiça para responder aos questionamentos dos deputados. Depois de admitir que não compareceu à sessão passada porque foi avisado do ambiente hostil, não há como dar para trás desta vez. E é na CCJ que a reforma terá seus primeiros passos no Congresso. O comportamento dos parlamentares – inclusive os da base –, os temas mais abordados/criticados e as estratégias que a oposição irá usar para desacreditar a proposta vão ser amostra do que vem pela frente.
O governo precisa estar atento a esses primeiros sinais e, se for o caso, ajustar os próximos passos. Guedes se saiu bem no Senado, mas não vamos esquecer que lá a tradição é justamente tudo ser muito mais calmo do que na Câmara, onde os ânimos costumam ser mais acirrados.
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Monitoramento
O Planalto monitora permanentemente os movimentos de caminhoneiros que não estão satisfeitos com o preço do diesel e do frete. O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) já telefonou para lideranças da categoria. O governo já anunciou medidas, como melhorias nas rodovias e o cartão diesel.
Descontentes
O clima de lua de mel com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já não é mais o mesmo. Senadores que apoiaram sua candidatura, pensando em mudanças, estão descontentes com a demora em trocar afilhados dos ex-presidentes que ainda seguem com cargos na Casa, além de não apoiar a CPI do Judiciário. As reclamações já chegaram ao ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) – que apoiou a eleição de Alcolumbre.
Equívoco
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia (PT) garantiu que há um equívoco na informação de que não teria devolvido o apartamento funcional e ressalta que há, inclusive, um parlamentar ocupando o imóvel. Sobre a possibilidade de voltar a concorrer, não tem decisão tomada, mas afirma que segue na política. Maia é alvo de dois inquéritos na Lava-Jato, um já foi enviado à Justiça Eleitoral e o outro deve ir para a primeira instância devido à perda do foro privilegiado.
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Projetos
A reforma da Previdência deve ser o foco do Congresso neste ano, apesar disso a nova legislatura da Câmara já apresentou 1.577 projetos de lei. O número está próximo das 1.816 propostas feitas pelos deputados em 2018. Há projetos que vão de títulos para cidades, troca de nomes de aeroportos a aumento da pena de crimes de feminicídio e de omissão de socorro.