*Por Silvana Pires, interina
Mais uma vez, por não querer se indispor com os partidos da base, o presidente Michel Temer demorou a agir. Diante de suspeitas de corrupção, o Ministério Público Federal recomendou, em dezembro, o afastamento de vice-presidentes da Caixa Econômica Federal indicados por PMDB, PRB, PR e PP. Temer ignorou. Só foi reagir agora, depois de ser notificado de que poderia ser responsabilizado por eventuais irregularidades praticadas pelos dirigentes sob suspeita.
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Além de ter sido omisso, o presidente ainda terá que dar outras explicações: a investigação aponta que um dos vices teria repassado informações sobre operações do banco e atendido a pedidos de Temer, à época que era vice de Dilma, e de Moreira Franco, hoje ministro da Secretaria Geral. Amanhã, o Conselho de Administração da Caixa se reúne e pode aprovar mudança na forma de indicação de vice-presidentes. Uma esperança de pôr fim ao mercado de indicações políticas, que foi alimentado pelo próprio Temer.
MOBILIZAÇÃO
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, confirmou à coluna que o foco da mobilização no dia do julgamento do ex-presidente Lula será em São Paulo. Mas afirmou que a militância MTST participará dos atos em Porto Alegre. O próprio Boulos estará na capital gaúcha nos dias 23 e 24, mas retorna à tarde para participar da manifestação na Avenida Paulista, com Lula.
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CARAVANA
Lula deve retomar as caravanas pelo país no final de fevereiro, passando por Santa Catarina e Paraná. A definição de datas, atividades e cidades a serem visitadas será feita após o dia 24, data do julgamento do ex-presidente. Até lá, o foco do PT estará nas mobilizações que ocorrem nos dias 22, 23 e 24 que organiza em todo o país.
SEM APOIO
Líderes do Centrão, bloco que reúne partidos como PP, PTB, PR e PSD, já falam nos bastidores que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) é candidato “dele mesmo”. Até o presidente Michel Temer, em recente entrevista, admitiu que prefere Meirelles à frente da Fazenda em vez de concorrer à Presidência da República.
FRASE
“As pessoas que foram afastadas terão agora a chance de se defender, de estabelecer o contraditório. O governo não demorou para agir, a reação foi pronta e no momento que se avançou na posição do Banco Central. O governo fez o que é adequado. As atitudes são adequadas.”
Carlos Marun, ministro da Secretaria de Governo, ao justificar porque o presidente Temer demorou para afastar os vice-presidentes da Caixa.
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