A partir do registro da candidatura do ex-presidente Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PT compra mais uma briga com a Justiça, o que favorece o partido neste início de campanha. Condenado em segunda instância, Lula tem grandes chances de ter a candidatura impugnada em razão da Lei da Ficha Limpa.

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Os advogados do petista sabem disso, mas o que vale é levar a queda de braço até o fim. A ideia é fortalecer a narrativa da injustiça e da perseguição política, legitimando a substituição do candidato. Com isso, o PT cumpre exatamente o roteiro desenhado por Lula em abril, quando foi preso em Curitiba. A partir daquele momento, a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, baixou uma ordem proibindo qualquer especulação interna sobre o chamado plano B. No Salão Verde da Câmara, o líder da bancada, deputado Paulo Pimenta (RS) repetia a mesma versão. A ordem era manter a militância mobilizada e o nome do ex-presidente nas pesquisas eleitorais.

Enquanto isso, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad viajava pelo país, falando a respeito do plano de governo. Depois de tantos escândalos, tudo o que resta ao PT é a popularidade de Lula e o discurso da perseguição política. Portanto, essa estratégia favorece os candidatos a governador, os deputados e senadores que batalham pela reeleição.

O ato político da militância em Brasília integra esse plano. O próximo passo de Lula é anunciar Haddad candidato, oficializando o que todos já sabem desde o início do ano. 

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Viagem ao Paraguai

Os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disseram não ao convite do presidente Michel Temer para viajarem ao Paraguai. Temer irá participar da posse do presidente Mario Abdo Benítez. E não é por terem alguma agenda oficial. Para não se tornarem inelegíveis, eles precisam deixar o país e vão juntos para a Argentina. Em época de campanha, Temer não tem sido um bom cabo eleitoral.   

 

 

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Paulo Maluf

A Mesa Diretora da Câmara mais uma vez não decidiu sobre a cassação do mandato de Paulo Maluf (PP-SP). Na quarta reunião marcada para analisar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, que determinou a perda do mandato, o encontro foi suspenso quando surgiu a informação de que Maluf pretende renunciar. Ficou decidido que a Câmara irá aguardar até terça-feira a formalização do pedido do parlamentar. Maluf está em prisão domiciliar após ter sido condenado por lavagem de dinheiro.  

 

Frase

Todos querem virar um Moro, ganhar um minuto de celebridade. (…) Não precisamos de corregedores, mas de psiquiatras. Porque é um problema sério. Quer dizer, os estrupícios se juntam e produzem uma tragédia! Produzem uma tragédia! É constrangedor! 

 

Gilmar Mendes,

Ministro do Supremo Tribunal Federal durante sessão na 2ª Turma da Corte que confirmou decisão que liberou o empresário Juarez José de Santana, preso durante a Operação Carne Fraca.

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