A cada dia que passa, o enredo envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) fica mais complicado. As explicações dadas até agora foram poucas e em entrevistas, mas sem aprofundamento até porque o próprio Flávio afirmou que não seria o “foro adequado”. Ele declarou que deseja se explicar, mas disse não ter tido oportunidade ainda. Mas foi ele quem optou por não comparecer ao Ministério Público do Rio, quando foi convidado.
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Na terça, mais uma bomba apareceu: uma operação contra milícia no Rio teve, entre os alvos, o ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, que já foi homenageado pelo senador eleito pelos “inúmeros serviços prestados à sociedade”. Para apimentar o enredo, a mãe e a mulher do ex-capitão foram funcionárias do gabinete de Flávio.
A mãe aparece no relatório do Coaf por ter feito depósitos na conta do ex-motorista Fabrício Queiroz. Mais comedido nas redes sociais desde que a investigação veio à tona, Flávio postou uma mensagem afirmando que se trata de uma campanha difamatória e que as duas mulheres foram contratadas por Queiroz, que era o responsável pelo trabalho. Se as respostas demorarem para aparecer, vai ser muito complicado deixar essa crise de fora do Palácio do Planalto.
Sobrenome
Para o presidente em exercício, General Hamilton Mourão, a repercussão do caso envolvendo Flávio Bolsonaro só tomou essa repercussão em função do sobrenome do senador eleito:
– Se o sobrenome dele fosse Silva…. Há esta repercussão toda pelo sobrenome dele. Assim como ele, tem mais outros 25 deputados da Assembleia Legislativa investigados por problemas similares.
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Mourão preferiu não comentar o caso mais recente, envolvendo o ex-capitão da PM. Apenas falou que não compete a ele analisar o caso e que o governo está tranquilo.
Protocolar
O presidente Jair Bolsonaro fez um discurso protocolar na sua estreia em Davos. Tinha direito a falar por até 40 minutos, se limitou a pouco mais de seis minutos. Perdeu a oportunidade de dizer a que veio, falar sobre a reforma da Previdência – que nem citada foi no discurso. Ficou no genérico ao falar sobre trabalhar pela estabilidade, privatizar e equilibras as contas. O mercado internacional esperava muito mais de quem deseja ser o líder da América Latina.
Disputa na Câmara
O PSB resolveu participar do bloco de centro-esquerda que está sendo desenhado com PT e PSOL. O grupo tenta trazer o PDT, PCdoB e Rede para a aliança. A ideia inicial é não apoiar o atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) que disputa à reeleição.
Nos bastidores, no entanto, o que se fala é que eles podem acabar sim indo para o lado de Maia. A formação do bloco busca fortalecer os partidos para conseguir espaço na futura mesa diretora da Câmara.
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