A revisão da possibilidade de prisão em segunda instância interessa principalmente à cúpula da política nacional, poderosos que hoje são alvo da Lava-Jato. Os mais badalados advogados estão empenhados em defender que o réu só seja preso depois de esgotados todos os recursos.

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Investigadores da Lava-Jato, porém, argumentam que isso seria alimentar a impunidade. Um exemplo clássico é o do ex-senador Luiz Estevão, condenado a 31 anos de prisão por desvio de dinheiro do Fórum Trabalhista de SP. Milionário, entrou com 34 recursos em uma década. Ele só foi preso em 2006, depois que o STF autorizou a execução da pena para os condenados em segundo grau. O julgamento do habeas corpus de Lula, marcado para amanhã, diz respeito ao caso específico do petista, mas com desdobramentos. Em uma palestra, o ministro do STF Luís Roberto Barroso afirmou que um pacto oligárquico de saque ao Estado brasileiro foi celebrado entre parte da classe política, de empresários e da burocracia estatal. Agora, é um pacto pela impunidade que pode estar sendo desenhado. A pressão é tanta que a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, precisou apelar por serenidade e respeito às instituições.

Fato novo

A filiação de Joaquim Barbosa ao PSB está prevista para a próxima sexta-feira. O que ainda não está confirmado é o lançamento da candidatura do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal à Presidência da República, mas os deputados estão confiantes. Barbosa tem dado sinais aos parlamentares de que poderá concorrer.

Discretos

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Nem passou pela cabeça dos peemedebistas catarinenses organizar uma caravana para prestigiar a filiação de Henrique Meirelles ao partido. Tem integrante da legenda no Estado apostando que, no fim, o ministro será um bom candidato a vice. Meirelles não cogita essa hipótese.

Na mesma casa

Nas redes sociais, o deputado Décio Lima (PT)  lembrou que em quatro anos de Lava-Jato nenhum tucano foi preso. O mesmo STF que vai julgar o habeas corpus de Lula amanhã, tem a responsabilidade de julgar a denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que aguarda análise da Primeira Turma da Corte. 

Frase

“Serenidade há de se pedir para que as pessoas possam expor suas ideias e posições, de forma legítima e pacífica. Somos um povo, formamos uma nação. O fortalecimento da democracia brasileira depende da coesão cívica para a convivência tranquila de todos. Há que serem respeitadas opiniões diferentes.” 

Cármen Lúcia, presidente do STF, pedindo serenidade aos brasileiros.