Se os efeitos do coronavírus na economia são inevitáveis, o mínimo que o Brasil pode fazer é o dever de casa. Ainda é cedo para saber o tamanho do prejuízo, mas especialistas já identificam alguma retração nos mercados. O presidente Jair Bolsonaro, portanto, nada poderá fazer se a economia mundial começar a se arrastar.

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Mas ele pode estar com um ambiente interno ajustado para minimizar perdas. Como? Assegurando a confiança dos investidores. E isso só se conquista com estabilidade e previsibilidade. Assim como o governo deixou claro para todos que a reforma da Previdência era prioridade, precisa fazer o mesmo com a administrativa e a tributária.

Quando o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro – que é deputado -, afirma que seria bom jogar uma bomba H no Congresso, ele ganha likes e joinhas. Mas nenhum investidor olha com interesse para o Brasil e pensa: Olha que menino ousado! 

O Congresso retoma os trabalhos na próxima semana com um elemento novo no cenário: o fator coronavírus. Isso exige mais responsabilidade de todos: do parlamento, que força a mão para controlar as emendas, e do Executivo.  

Devassa nos contratos
  
À frente do Ministério da Cidadania há duas semanas, Onyx Lorenzoni resolveu fazer uma devassa nos contratos vigentes firmados pelo seu antecessor e colega da bancada gaúcha Osmar Terra (MDB). Foi publicada no Diário Oficial a revisão de contratos com valores superior a R$ 1 milhão. Em 15 dias, o levantamento tem de estar na mesa do secretário -executivo. Na mesma linha, foram exonerados 11 assessores ligados ao gabinete do ministro. Todos ocupavam cargos em comissão na gestão Terra. Onyx já havia antecipado à coluna que queria fazer o enxugamento da pasta e reduzir os cargos comissionados. 

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Bolsonaro e o PSL

Em sua passagem pelo PSL, o presidente Bolsonaro não ajudou muito na hora de conquistar novos filiados. O partido tinha pouco mais de 222 mil em janeiro de 2018. Já em abril, um mês após Bolsonaro entrar para a sigla, o número passou para 241.513. O curioso é que a legenda de Luciano Bivar teve um salto de filiados em setembro de 2019 – justamente quando os atritos com o presidente da República começaram a ganhar força – chegando a 354.387. Nem a saída de Bolsonaro causou impacto mais forte no PSL. Em janeiro deste ano, o número de filiados estava em 346.648.

Barriga de aluguel 

O Aliança pelo Brasil já trabalha com plano B para as eleições municipais, para o caso de não conseguir o registro a tempo junto ao TSE. Integrantes da futura sigla estão conversando com partidos para receber candidatos que queiram concorrer neste ano e que possam migrar para o Aliança, quando sair o registro.  

Sem impacto

Apesar dos quase 2 milhões de seguidores nas redes sociais, o procurador Deltan Dallagnol está com baixa audiência na campanha contra o desmonte do combate à corrupção. Lançada há um mês, os sete vídeos já publicados pelo coordenador da força-tarefa da Lava-Jato no YouTube não chegaram a 21 mil visualizações. Não deixa de ser um alerta de que Deltan pode estar perdendo apoiadores.