Jair Bolsonaro fecha um mês de governo contabilizando recuos, saia-justa, erros e também acertos. Uma estreia muito mais atribulada do que previam os principais conselheiros do presidente. Bolsonaro chega em fevereiro chancelado pelo forte apoio popular que o consagrou nas urnas e contando com a simpatia dos mercados, mas ainda não apresentou as diretrizes para áreas essenciais, como Educação.

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Aliás, essa é uma das principais fragilidades destes primeiros 30 dias. O Ministério da Educação já protagonizou polêmicas e anunciou medidas inócuas, como a regulamentação do ensino domiciliar, mas falta uma linha clara de ação.

No campo do atropelo, o presidente se equivocou ao declarar aumento do IOF e precisou voltar atrás.

A maior saia-justa é o caso mal explicado das movimentações financeiras suspeitas do ex-assessor do primeiro-filho Flávio Bolsonaro. O presidente, porém, acertou em cheio ao mostrar sensibilidade e mobilizar rapidamente a sua equipe, dando atenção ao caso Brumadinho (MG).

Outra medida importante foi ter priorizado a reforma da Previdência, abandonando a tentação de fatiar a proposta. Na volta aos trabalhos do Congresso, a mensagem do Palácio do Planalto será de apelo pela votação da reforma. Como há a tradição no Brasil de um verdadeiro começo de ano só depois do Carnaval, Bolsonaro ainda tem um tempo para ajustar o que começou fora dos eixos. É só priorizar o que realmente importa.

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A pressa do Moro

O ministro Sérgio Moro (Justiça) já tem na manga os projetos que vai enviar ao Congresso em no máximo 15 dias, com o selo de prioridade máxima. Entre as propostas estão a proibição da progressão de regime para presos que comprovadamente pertençam a organizações criminosas e a ampliação do cadastro de DNA dos presos. 

Pulverizou

O senador Esperidião Amin (PP-SC) só teria chance real de ir para um segundo turno contra Renan Calheiros (MDB-AL), na disputa pela presidência do Senado, se todos os opositores ao alagoano desistissem de suas candidaturas para apoiar o catarinense. Até a noite de quinta, esse acordo parecia impossível.

Missão

Com o desgaste de Leonardo Quintão (MDB-MG), identificado como integrante da bancada das mineradoras que impediu o avanço de medidas de controle de barragens, o ex-senador Paulo Bauer (PSDB-SC) virou o novo secretário especial da Casa Civil para o Senado. Ele assume a função na próxima segunda-feira, com a missão prioritária de ajudar nas negociações da reforma da Previdência.