O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) calculou muito mal as consequências de deixar Brasília no meio da crise que o país enfrenta a partir da greve dos caminhoneiros. Para o senador, o problema é apenas do governo federal, a ponto de sua assessoria dizer aos jornalistas, sem vergonha alguma, que a “crise era do governo e eles que tinham que se entender”. Mas foi um tiro no pé.

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Os caminhoneiros criticaram duramente a atitude do presidente do Congresso que nem tentou votar o projeto aprovado pela Câmara que zera a Cide e o PIS/Cofins até o final de 2018 e a reoneração da folha de pagamento de 28 setores da economia.

Eunício teve que voltar para Brasília às pressas e convocou uma reunião de emergência com os líderes partidários ainda para a noite da quinta-feira (24). Já os senadores receberam ligações para comparecerem a sessão extraordinária desta sexta (25) para votar o projeto.

O resultado disso tudo é só uma amostra da falta de comprometimento das lideranças políticas com o atual governo. Fragilizado, o governo Temer vai perdendo aliados, que, de olho nos efeitos eleitorais, começam a pular do barco.

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SABE COMO É…

Como a intenção de Eunício Oliveira era votar o projeto da reoneração somente na próxima terça-feira, ele fez um apelo aos senadores: que não faltasse à sessão da próxima semana. É que tem feriado na quinta-feira.

 

BATE E VOLTA

Líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer, mal teve tempo de desembarcar em Florianópolis e já estava sendo avisado da reunião de líderes, marcada de última hora, para as 19h de ontem. Sem condições de voltar, mandou WhatsApp para os senadores da bancada, pedindo para voltarem para a sessão de hoje.


PRESENTE

O deputado Valdir Colatto (MDB) era o único representante catarinense que participou da reunião do governo federal com os caminhoneiros. Apesar de aliados do governos, parlamentares apoiam os caminhoneiros. 


REUNIÃO

O secretário da fazenda de Santa Catarina, Paulo Eli, participa hoje da reunião do Ministério da Fazenda com todos os secretários do país. A ideia é discutir como os Estados podem ajudar na questão do preço dos combustíveis. O presidente Michel Temer deve participar do encontro.

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