O governo Temer encerra a primeira semana de trabalhos do Congresso em 2018 sem conseguir avançar nas negociações da reforma da Previdência. O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem pretensões eleitorais em 2018, reforça o discurso de que, se passar de fevereiro, a proposta não será mais votada e que há outros assuntos importantes a serem discutidos pela Casa.
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Diante do desânimo dos aliados, dizer isso é praticamente jogar a toalha. A saída encontrada pelo Planalto é acenar com mudanças no texto. Uma estratégia capaz de atender à demanda de determinadas bancadas, mas que compromete a credibilidade do debate.
Com a falta de uma definição sobre o projeto final, o governo contribuiu para a guerra de informações nas redes sociais, onde os militantes contrários às mudanças disseminam falsas informações. O governo errou e continua errando na comunicação. Como a população pode apoiar ou deixar de apoiar se não sabe exatamente como vai ficar o texto a ser votado?
ALLAH-LA Ô
O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) sairá de árabe neste Carnaval. Ele mesmo anunciou que já tem a fantasia em casa, mas não confirmou se o baile é no tradicional clube Sociedade Amigos do Balneário de Atlântida (Saba). A família do ministro veraneia no litoral do Rio Grande do Sul. Marun está à frente das negociações da Previdência e reconhece que ainda precisa de 40 votos para fechar o mapa.
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PELAS BEIRADAS
O deputado Jorginho Mello (PR-SC) ainda avalia se vai concorrer à vaga de governador ou ao Senado. Mas, de maneira discreta, já está trabalhando em um plano de governo.
FIES
Em conversa com a coluna sobre o Fies, o ministro Mendonça Filho (Educação) afirmou que não pretende mexer nas regras do programa, apesar da reclamação de algumas universidades sobre o fundo garantidor. Segundo ele, para que o sistema seja sustentável, o governo precisa dividir o risco da inadimplência com as instituições de ensino. Mendonça reforça que o MEC não recuará.
MARAMBAIA
Depois da polêmica sobre o tamanho da comitiva que acompanhará a família Temer no feriado de Carnaval, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirmou que não serão deslocados 58 servidores, mas 40. O presidente pretende passar os dias de folga na Restinga da Marambaia (Rio de Janeiro).
FRASE
“Não tem plano B”
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, sobre a votação da reforma e os efeitos na economia.
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