Quanto exatamente vai custar e como vai funcionar o plano de intervenção do governo federal no Rio? Essas são algumas das questões que o presidente Michel Temer e o novo interventor no Rio de Janeiro ainda precisam esclarecer, assegurando um caráter mais prático e técnico a algo que, até agora, está apenas na esfera política. Como era de se esperar, demanda semelhante vai partir de outros Estados, dentro de um espírito eleitoreiro. A força-tarefa que o Planalto enviou ao Ceará é um exemplo. Que o Estado também enfrenta séria crise na segurança, não há dúvida. Mas o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) precisa dar uma resposta política ao seu Estado. E lá vão as forças federais. Na falta de um Plano Nacional de Segurança, de ações claras dos governadores, de critérios no uso do orçamento público, o país está partindo para o improviso. O presidente Temer marca a volta dos trabalhos no Congresso com uma reunião com o Conselho de Defesa, na presença dos líderes dos partidos. É agenda de candidato.
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SÓ PARA LEMBRAR
Enquanto o tema segurança pública toma conta da pauta do governo, o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, ainda deve explicações ao STF e ao Congresso a respeito da polêmica frase sobre o inquérito que investiga o presidente Temer.
CRIME ORGANIZADO
O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), recomendou à bancada aprovação da intervenção no Rio. Nas redes sociais, no entanto, deu o tom dos discursos:
– Seria cômico se não fosse trágico ouvir o presidente chamar o crime organizado instalado no RJ de metástase, quando ele próprio foi denunciado por integrar organização criminosa.
PENDÊNCIA
A Segunda Turma do STF retoma na terça-feira o julgamento de sete políticos do PP em inquérito da Operação Lava Jato. Entre eles, o deputado José Otávio Germano (RS) e ex-deputado João Alberto Pizzolatti (SC). Na ação, os parlamentares são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo suposto recebimento de propina em troca da facilitação de contratos da Petrobras.
FRASE
– Todas as formas de corrupção devem ser combatidas, assim como todas as organizações criminosas (de pobres e ricos).
Do juiz Marcelo Bretas, ao comentar intervenção federal no Rio.
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