Se o governo federal não apresentar uma rápida e consistente resposta à execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o presidente Michel Temer corre sério risco de sair deste processo tão desmoralizado quanto o governador Luiz Fernando Pezão.
Continua depois da publicidade
Há um mês, quando ele anunciou a intervenção no Rio, o presidente e seus assessores acreditavam que seria o golpe de mestre para garantir a eleição de Temer à Presidência. Por arrogância ou despreparo, talvez não tivessem dimensionado o tamanho da responsabilidade.
É claro que algo precisava ser feito no Rio. O atentado contra Marielle – uma defensora das comunidades e crítica da violência policial – é a prova de que o crime no Rio não tem limites. Ela virou alvo em razão do que representava, da firme postura. Como disse o presidente do TSE, ministro Luiz Fux, uma tentativa de calar a voz da política. Por isso, não há mais lugar para medidas cosméticas ou promessas. A intervenção precisa ir a fundo na investigação e revelar quem está por trás da execução.
Como chegamos a essa situação? Todos sabemos. Governos corruptos e incompetentes – inclusive do PMDB de Sérgio Cabral – pavimentaram o caminho da barbárie.
No vácuo
Continua depois da publicidade
Secretários de segurança que estavam em Brasília para se reunir com o ministro Raul Jungmann (Segurança) ficaram frustrados porque ele não participou do encontro. Jungmann precisou ir às pressas para o Rio para acompanhar as investigações sobre o caso Marielle. O general Carlos Alberto Santos Cruz, secretário-executivo, foi quem recebeu os representantes dos Estados.
Outro mundo
A paralisação dos juízes federais pela manutenção do auxílio-moradia não poderia ser mais descolada da realidade. No dia em que se discutia a violência no Rio e a insegurança geral, a categoria cruzava os braços para garantir um privilégio.
Homenagem
Dos 15 deputados da bancada catarinense em atividade, 11 participaram da sessão solene em homenagem à vereadora Marielle Franco. Chamou atenção, porém, a ausência dos dois representantes do PT no Estado – Décio Lima e Pedro Uczai, que estavam participando do Fórum Mundial Social, em Salvador.
Sem lugar
Deputados da bancada ruralista solicitaram ao presidente Michel Temer que a Secretaria da Pesca volte para o Ministério da Agricultura. Hoje, a estrutura está em um limbo entre o Ministério da Indústria e Comércio e à Casa Civil.
Continua depois da publicidade