O ano de 2020 começa com o governo Bolsonaro enfrentando problemas de gerenciamento. O cidadão que mais precisa da presença do Estado está amargando meses em filas intermináveis para ter acesso a benefícios assegurados por lei. Quer dizer, a máquina pública está falhando no cumprimento básico da razão de existir. A crise é tanta no INSS que houve a substituição do presidente. Por falta de planejamento, mais de 2 milhões de pessoas esperam para ter acesso à aposentadoria, pensões ou outros benefícios. O Ministério da Cidadania também voltou a registrar fila de quem se credencia ao Bolsa Família.

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Uma das frases preferidas dos assessores de Jair Bolsonaro é que o presidente “vai tirar o Estado do cangote dos brasileiros”. A filosofia liberal defende um Estado mínimo, com liberdade ao indivíduo para que ele possa empreender e fazer a economia gerar. A Medida Provisória da liberdade econômica – transformada em lei – nasceu com esse sentido e merece ser comemorada.

Isso não quer dizer, no Estado, uma paralisia nos serviços. É inadmissível que o INSS não tenha se preparado para as novas regras da Previdência. O tema esteve em debate por um ano no Congresso. O sistema desatualizado também não é justificativa. Um país que permite que a população declare o imposto de renda de maneira on-line, em um sistema rápido e moderno, poderia estender a mesma iniciativa a outros setores. Ou a eficiência só vale para cobrar impostos?

O fato é que o governo detectou a falha, mudou o comando do INSS, anunciou novas contratações. O esforço é para agilizar o atendimento, até mesmo para evitar desgastes políticos em ano de eleições municipais. Ao menos o básico precisa funcionar.

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