Alguns dos principais aliados do presidente Michel Temer mal conseguem esconder o alívio com a impossibilidade de votar a reforma da Previdência enquanto durar a intervenção na segurança do Rio de Janeiro. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), determinaram a suspensão da votação da emenda à Constituição e ainda fecharam acordo para concentrar os debates em projetos voltados para segurança, o assunto do momento.
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Deputados da linha de frente na defesa das mudanças na aposentadoria, que alegavam ser fundamental essa aprovação para o sucesso da economia, ainda tentam manter as negociações na ordem do dia. Eles fizeram um apelo a empresários para que continuem tentando cabalar votos a favor da proposta. Na prática, a reforma foi para a geladeira e só será descongelada pelo próximo presidente da República. As manifestações de ontem, por exemplo, já estavam totalmente descoladas da nova pauta de Brasília. Os marqueteiros do presidente comemoraram.
Já era
Uma reunião entre governadores e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para debater as mudanças na Previdência, que deveria ter ocorrido ontem, foi cancelada na véspera. O compromisso chegou a entrar na agenda do governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira. Essa é a prova de que a reforma já era.
Você vem
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O presidente da Câmara cobrava ontem, pelo telefone, a presença dos deputados no plenário para a votação da intervenção no Rio. Ele conseguiu que vários deputados antecipassem o voo de segunda-feira. A pergunta se repetia ao longo do dia:
— Mas você vem, né?!
Não vota
Decidido a votar contra a intervenção, o PT reclamava da falta de informações sobre a operação militar no Rio de Janeiro. Deputados e senadores cobravam a previsão de custos e também os resultados práticos da presença de militares que já estão em comunidades do Rio.
Frase
“Se for para fazer uma intervenção e daqui a cinco dias dizer que foi um equívoco porque precisa votar matéria A ou matéria B, não teria sentido ter feito a intervenção.”
Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, ao comentar que não faz sentido extinguir a intervenção na área de segurança do Rio de Janeiro para votar a reforma da Previdência.
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