O grande acerto do presidente Jair Bolsonaro foi ter convidado o médico e ex-deputado federal pelo DEM, Henrique Mandetta, para assumir o Ministério da Saúde. Político experiente e ex-secretário de Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul, ele manteve os olavistas bem distantes, deixou na pasta técnicos eficientes e convidou para a equipe nomes ligados ao setor.
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Essa equação garante certa tranquilidade neste momento em que o país enfrenta a pandemia do coronavírus. Imaginem se o ministro fosse Abraham Weintraub? O que ocorreria com o país se a pasta da Saúde estivesse paralisada, como está o Ministério da Educação? Podemos dizer que, neste caso, o presidente da República teve mais sorte do que juízo.
Não é segredo que o sistema de saúde no Brasil já está no limite. Por isso, uma das grandes preocupações de Mandetta é com o número de leitos de UTI, em especial nos estados do Sul. De acordo com o secretário-executivo, João Gabardo, o ministério vai pagar pelos leitos ocupados por pessoas com eventuais casos.
Ao Congresso, Mandetta apresentou um plano de trabalho detalhado e pediu apoio para aumentar o orçamento em R$ 5 bilhões. Durante a audiência, organizada pela deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) o ministro foi objetivo e ouvido com respeito por governistas e oposição. Em tempos de polarização, um raro momento republicano nas comissões da Casa.
Dentro do Palácio do Planalto, há quem viva a alucinação da teoria da conspiração, preferindo achar que o coronavírus é uma invenção de alguma força do mal. O presidente da República já disse que o problema não é “tudo isso”.
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Mas até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumiu a gravidade da pandemia, tomando medidas drásticas. Está na hora de o presidente ouvir o ministro da Saúde. Não há motivos para pânico, mas também não há razão para desprezar a seriedade do cenário.
Na mira
Deputados do PSL que integram a CPI da Fake News querem convocar o empresário Luciano Hang para prestar esclarecimentos. Esses parlamentares querem questioná-lo sobre eventual financiamento à milícia digital.