*Por Matheus Schuch, interino
Considerado a grande novidade desta edição do Fórum Econômico Mundial de Davos, Jair Bolsonaro chega à Suíça nesta segunda-feira (21) cercado de expectativas. Os entusiastas do liberalismo econômico aguardam ansiosos que em sua primeira viagem internacional o presidente brasileiro dê pistas do caminho que irá trilhar.
Continua depois da publicidade
Na bagagem, o capitão do Exército leva um histórico duvidoso. De um lado, discursos populistas e recheados de amarras ideológicas, que antes mesmo do início do governo provocaram desgaste com parceiros comerciais, como China e Egito. De outro, promessas de um país pragmático, disposto a fechar parcerias acima de convicções políticas.
Na comitiva, o ministro da Economia, Paulo Guedes, levará embaixo do braço a agenda de reformas e a promessa de que o país entrará no rumo de responsabilidade com as contas. Enquanto isso, a elite econômica terá de desvendar a força de outro integrante da comitiva, o chanceler Ernesto Araújo.
Crítico do globalismo e do que chama de submissão do país no acesso a mercados, pode gerar desgaste com parceiros históricos e barrar novos acordos. Além de tudo, Bolsonaro corre o risco de que o foco da viagem se perca em outro assunto: as peripécias do filho Flávio, envolto em transações financeiras suspeitas e mal explicadas com um ex-assessor.
Continua depois da publicidade
Caixa-preta
Governo e oposição terão uma bandeira em comum no Congresso. Assim como Bolsonaro, o deputado eleito Rodrigo Coelho (PSB-SC) fala em “abrir a caixa-preta do BNDES” por meio de CPI. A ideia partiu da divulgação na semana passada das campeãs de financiamentos, como Petrobras e Odebrecht. Só não esqueçamos que essa lista está longe de ser uma “caixa-preta”, trata-se de uma relação já divulgada pelo próprio banco que, por si só, não prova irregularidades.
De fora
Vice-presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias, Jerônimo Goergen (PP-RS) tentará mobilizar as bancadas do Sul para pressionar pela ampliação do traçado da ferrovia Norte-Sul, cujo leilão está previsto para março. O trecho de escoamento da produção agrícola irá de Porto Nacional (TO) a Estrela d'Oeste (SP). “Se o Sul ficar de fora, vamos ficar muito atrasados”, argumenta Goergen.
Força-tarefa
O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) está solicitando aos estados a cessão de agentes penitenciários para a formação de uma Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP). O grupo ficará em Brasília para atuações emergenciais, como na atual crise no Ceará. O número de servidores não é informado por estratégia de segurança.