Relator do polêmico inquérito que mira bolsonaristas e investiga os grupos produtores de fake news, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes não quer apenas saber quem produz, publica e financia a disseminação de informações falsas. Ele quer saber se houve crime eleitoral.

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Ao pedir a quebra de sigilo bancário e fiscal de quatro pessoas, entre elas os empresários Luciano Hang e Edgard Gomes Corona, o relator incluiu o período entre julho de 2018 e abril de 2020. Se houver alguma irregularidade detectada no financiamento de dados nas redes sociais durante o último pleito presidencial, o ministro poderá compartilhar as provas com o Tribunal Superior Eleitoral. No TSE já há ações do PT e do PDT pedindo a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão.

A operação que atingiu novos e antigos aliados de Jair Bolsonaro, como o presidente do PTB, Roberto Jefferson, além de blogueiros, ampliou a tensão entre o STF e o Planalto. Mas ninguém imagina que, ao final do inquérito, o procurador-geral da República, Augusto Aras, possa apresentar denúncia. Esse inquérito já nasceu com problemas e tem razão quem questiona a sua constitucionalidade. Aqueles que acompanham esse processo de perto enxergam nessa iniciativa de Moraes uma estratégia para tentar driblar o PGR.