É conveniente para partidos do centrão, como o PP e PR, anunciarem neutralidade neste segundo turno da disputa presidencial. São legendas que se acostumaram a participar dos governos, ocupando cargos. E é assim que pretendem permanecer, independentemente de quem vença a eleição.

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No caso do PP, o presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira (PI), conseguiu a reeleição ao Senado de braços dados com o PT.  Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, o PP já declarou abertamente apoio a Jair Bolsonaro (PSL). Quer dizer, o partido está com um pé em cada canoa e vai cobrar a fatura mais adiante.

Essa eleição mostrou que a política eleitoral mudou. Bancadas tradicionais perderam deputados e raposas não conseguiram se reeleger. Mas na cabeça dos principais líderes políticos desses partidos, a lógica da governabilidade continua a mesma. Será curioso observar como o próximo governo se relacionará com o Congresso. 

 

Paparico

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No primeiro discurso na volta dos trabalhos da Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro – campeão de votos para federal – foi paparicado, aplaudido e elogiado pelos poucos parlamentares que estavam em plenário. Na fala curta, destacou as deputadas eleitas pelo PSL, que fez a segunda maior bancada feminina da Câmara. O recado faz parte da estratégia do pai neste segundo turno.

 

Reduziu

O deputado Pedro Uczai culpa a "onda conservadora do PSL, que foi mais forte em Santa Catarina", e o quociente eleitoral pelo baixo resultado do PT do Estado na Câmara. A bancada, que hoje tem dois deputados, terá somente Uczai em 2019. 

 

Redução dos benefícios 

Novato na política, Gilson Marques (Novo) pretende contar com a parceria dos colegas de partido no primeiro mandato como deputado federal. Uma das bandeiras do catarinense é revisar o pacto federativo para centralizar os recursos de impostos nos estados e municípios, e não no governo federal. À coluna, Gilson afirmou que vai abrir mão de metade da verba de gabinete e de benefícios como carro oficial, auxílio-moradia e apartamento funcional. Ele pretende pagar aluguel do próprio bolso.    

 

FRASE 

"Só não sou um vice anencéfalo. Tenho minhas opiniões", afirmou o general Hamilton Mourão, vice do candidato Jair Bolsonaro (PSL).

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