É constrangedora a posição adotada pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, de porta-voz do presidente Jair Bolsonaro no episódio dos laranjais de Minas Gerais. Diante de reportagem da Folha de São Paulo, sugerindo que o dinheiro do esquema das candidatas laranjas do PSL teria sido desviado para abastecer as campanhas de Bolsonaro e do ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio, o ex-juiz reagiu nas redes sociais. Moro negou envolvimento do presidente, até dando pistas de um inquérito sigiloso.

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Bolsonaro tem todo o direito de se defender. Esse tipo de suspeita, aliás, precisa ser cuidadosamente apurada, sem alimentar falsos escândalos. Mas o Palácio do Planalto possui estrutura para assegurar essa comunicação. 

O fato é que a situação política do ministro do Turismo se torna cada vez mais insustentável e o PSL, com suas confusões, é uma bomba que pode, sim, atingir o Palácio do Planalto. Por isso, Moro, que é chefe da Polícia Federal, deveria respeitar mais a liturgia do cargo. Ao longo da história, ministros da Justiça tiveram papel estratégico, como conselheiros e até advogados. Para Bolsonaro, Moro serve como uma grife no discurso de combate à corrupção.

Mas de que adianta tamanha grife, se um político denunciado, que é o caso do ministro do Turismo, permanece no cargo?

MDB na essência

O MDB catarinense até fez charme e discurso, mas selou acordo com o novo comando nacional do partido, liderado pelo deputado Baleia Rossi (SP). Baleia é filho do ex-ministro Wagner Rossi, então aliado de Michel Temer. Foi oficializado que o deputado federal Carlos Chiodini (SC) fica na função de segundo vice-presidente, cargo de destaque na Executiva nacional. Ex-presidente, Romero Jucá ficou com vogal.

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Para o arquivo

Integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o deputado catarinense Gilson Marques (Novo) recomendou a rejeição de dois projetos dos quais é relator. Sobre o que regulamenta as profissões de instrutor de voo livre e voo duplo turístico, Marques afirmou que o atual ordenamento jurídico já contempla o tema. Em relação à proposta que obriga hotéis e motéis a fornecer preservativos grátis aos clientes, defendeu que isso representaria impor ao empreendedor uma obrigação do Estado. Se não houver recurso para análise do Plenário, ambos textos serão arquivados.

Afinados

Em conversa reservada com o senador Jorginho Mello (PL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, reclamou da desidratação da reforma da Previdência e pediu apoio na votação de temas que tratam da desburocratização do Estado. Guedes aprendeu que precisa do Senado afinado com a pauta econômica para destravar temas importantes.

Silêncio

Envolto em polêmicas após a declaração de que foi ao Supremo armado para tentar matar o ministro Gilmar Mendes, com direito a busca e apreensão da Polícia Federal, o ex-PGR Rodrigo Janot optou pela discrição. As sessões de autógrafo de sua biografia a partir desta segunda (7) estão mantidas, mas Janot mandou suspender as entrevistas de divulgação do livro até segunda ordem.