Articulador político do Planalto, ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) vai fazer um périplo pelos Estados, durante o período do recesso parlamentar, em busca de votos para a reforma da Previdência. Ele pretende visitar deputados de partidos aliados na tentativa de conquistar os infiéis. Na bancada catarinense, do PP, passando pelo PMDB ao PR, há deputados resistentes à votação. A dificuldade é tanta que o Planalto resolveu apelar até para chantagem. Marun não nega que condiciona a autorização de financiamentos da Caixa Econômica Federal aos Estados ao apoio dos governadores à votação. O esforço tem uma explicação: o governo sabe que se a proposta não for aprovada em fevereiro, logo na volta do recesso, estará enterrada de vez.
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Prioridades
Quase no fim do prazo, a bancada catarinense corre para garantir o empenho de emendas. De acordo com o deputado João Paulo Kleinübing (PSD), os parlamentares ainda discutem as prioridades do Estado. Por enquanto, estão reservados R$ 34 milhões para a saúde. Outras duas emendas não impositivas, cada uma no valor de R$ 12 milhões, também estão garantidas para serem usadas em reformas de unidades da saúde e pagamentos de adicionais nas áreas de oncologia e hemodiálise.
Ano novo
Antes de fechar o ano, o ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social) resolveu mandar uma carta a prefeitos e secretários, comemorando um gráfico que mostra o aumento de repasses de orçamento para a assistência social em 2017, que chegam a R$ 2,8 bilhões. Mas os prefeitos estão preocupados é com o possível corte no orçamento para 2018.
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Recado
Adiantando o tom da campanha eleitoral, o ministro Terra ainda disse na carta aos prefeitos que “até o economista neomarxista Thomas Piketty demonstrou que o Bolsa Família não conseguiu reduzir as desigualdades econômicas e sociais”.
E o Palocci?
O PT respira aliviado com o silêncio – mesmo que por tempo limitado – de Antonio Palocci. O ano termina sem que ex-ministro da Fazenda tenha fechado o processo de delação premiada.
Frase
“O que une PT, PMDB, PSDB, PP e outros P’s no Brasil? O acordão nacional pela impunidade, como aconteceu no Peru. Ou a sociedade desperta da letargia, ou 2018 será um triste ano na história do Brasil, pois as consequências da impunidade serão o cinismo, a falta de saúde, de educação e de segurança. Lembre-se: corrupção mata.”
Do procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, dando sequência à série de alertas dos procuradores da Lava-Jato sobre a operação abafa.
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