O Supremo Tribunal Federal determinou o afastamento do ministro do Trabalho, Helton Yomura, assumindo uma decisão que deveria ter partido do presidente Michel Temer.  A primeira fase da Operação Registro Espúrio, que detectou fraudes na concessão de registros sindicais pelo ministério, foi em maio.

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De lá para cá, o Palácio do Planalto perdeu a oportunidade de determinar o fim do reinado do PTB do comando do ministério. A opção, no entanto, foi por manter na pasta representantes de caciques do partido, como o próprio Yomura. Deu no que deu. A Polícia Federal suspeita que o ministro seja testa de ferro de comandantes petebistas. No foco das investigações estão o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson (RJ), e o líder na Câmara, Jovair Arantes (GO).

Refém dos partidos aliados e sem moral, o Palácio do Planalto simplesmente não comenta o caso ou anuncia qualquer medida. É um silêncio constrangedor. O ministério está acéfalo e o presidente se comporta como se fosse normal ter um ministro dando explicações à PF.

Celeiro de escândalos, o Ministério do Trabalho está entre as pastas à disposição das negociações no momento do loteamento de cargos. Com Michel Temer não foi diferente. Assim que assumiu o governo, ele entregou o ministério de porteira fechada para o PTB. Jefferson e Jovair indicaram pessoas de confiança para cargos estratégicos e dominaram as principais secretarias.

A investigação da Polícia Federal mostra que esses indicados trabalharam no esquema de fraude na concessão de registros sindicais, envolvendo, inclusive, pagamento de propina. Por trás desses esquemas, também está a relação pouco transparente dessas lideranças sindicais com integrantes do governo.

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É a equação perfeita para a operação de corruptos e corruptores. Não surpreende, portanto, mais um caso de corrupção.

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